Desrespeitosa. Foi assim que o presidente Eurico Miranda tratou a iniciativa do presidente do Grêmio Romildo Bolzan em fazer uma proposta ao técnico Doriva para treinar o time gaúcho, que está sem comandante desde a saída de Felipão, na última terça-feira. O mandatário cruz-maltino revelou ainda o valor proposto ao treinador: R$ 300 mil por mês por um contrato de dois anos, números não aceitos por Doriva, que afirmou estar feliz no Vasco e quer seguir no Rio de Janeiro.
- O motivo de eu estar aqui é sobre um fato lamentável, que mostra muito bem como é que está o futebol brasileiro. Eu estava habituado a lidar com pessoas, especificamente no Grêmio, desde o tempo do Hélio Dourado, Fábio Koff, Paulo Odone e outros. Fui surpreendido hoje tomando conhecimento de que o presidente do Grêmio, de uma forma absolutamente desrespeitosa à instituição, e principalmente a mim, como presidente do Vasco, com ligações fortes que sempre tive com o Grêmio. Esse senhor ligou diretamente para o técnico do Vasco, no meio de uma competição, para formalizar uma proposta para contrato de dois anos ganhando R$ 300 mil por mês. Quando eu disse de "forma desrespeitosa" e reafirmo, não invalida o fato de isso passar a ser comum no futebol brasileiro. Mas aqui a maioria das pessoas não cumprem seus compromissos e suas palavras - disse.
De acordo com Eurico, Doriva o procurou no começo da tarde desta sexta-feira para informá-lo da proposta recebia. "Muito boa", em suas palavras. Porém, recusou-a por estar feliz no Rio de Janeiro.
- Não fiquei preocupado com as consequências quando tomei conhecimento do fato. Só fiquei no aguardo dos acontecimentos. Devo dizer que tive uma satisfação pessoal por ainda ter pessoas no meio que dão mais valor aos compromissos à palavra do que ao dinheiro. Fui procurado pelo Doriva às 13h, não para fazer nenhuma ponderação comigo. Foi só para dizer que tinha recebido a proposta, muito boa, mas que ele não estava aceitando e que está muito feliz aqui. Não fiquei satisfeito pelo fato de ele continuar, mas, sim, dele saber e ter sentido primeiro com quem ele está lidando. Meu problema com treinador não é o contrato, mas o compromisso que se assume - completou.
Fonte: GloboEsporte.com
Eurico elogia Doriva e critica Grêmio por fazer proposta: "Desrespeitosa"
Desrespeitosa. Foi assim que o presidente Eurico Miranda tratou a iniciativa do presidente do Grêmio Romildo Bolzan Jr. em fazer uma proposta ao técnico Doriva para treinar o time gaúcho, que está sem comandante desde a saída de Felipão, na última terça-feira. Foram duras as críticas feitas ao Tricolor gaúcho. Visivelmente irritado com o caso, Eurico chegou a dizer que "o presidente do Grêmio não teve atitude de homem".
O mandatário cruz-maltino revelou ainda o valor proposto ao treinador: R$ 300 mil por mês por um contrato de dois anos, números não aceitos por Doriva. O comandante campeão disse que está feliz no Vasco e que pretende seguir no Rio de Janeiro.
- O motivo de eu estar aqui é sobre um fato lamentável, que mostra muito bem como é que está o futebol brasileiro. Eu estava habituado a lidar com pessoas, especificamente no Grêmio, desde o tempo do Hélio Dourado, Fábio Koff, Paulo Odone e outros. Fui surpreendido hoje tomando conhecimento de que o presidente do Grêmio, de uma forma absolutamente desrespeitosa à instituição, e principalmente a mim, como presidente do Vasco, com ligações fortes que sempre tive com o Grêmio, ligou diretamente para o técnico do Vasco, no meio de uma competição, para formalizar uma proposta para contrato de dois anos ganhando R$ 300 mil por mês - disse.
De acordo com Eurico, Doriva o procurou no começo da tarde desta sexta-feira para informá-lo da proposta recebida. "Muito boa e milionária", nas palavras do presidente. O treinador, porém, recusou-a por estar feliz no Rio de Janeiro e se sentir seguro no cargo. O contrato do técnico do Vasco vai até o dia 31 de dezembro e não tem multa rescisória.
- Não fiquei preocupado com as consequências quando tomei conhecimento do fato. Só fiquei no aguardo dos acontecimentos. Devo dizer que tive uma satisfação pessoal por ainda ter pessoas no meio que dão mais valor aos compromissos à palavra do que ao dinheiro. Fui procurado pelo Doriva por volta de 13h, não para fazer nenhuma ponderação comigo, mas para dizer que tinha recebido a proposta, muito boa, e que ele não estava aceitando. Ele está muito feliz aqui. Não fiquei satisfeito pelo fato de ele continuar, mas, sim, dele saber e ter sentido primeiro com quem ele está lidando. Meu problema com treinador não é o contrato, mas o compromisso que se assume - afirmou, completando:
- O presidente do Grêmio (Romildo Bolzan Jr) não teve atitude de homem e afirmo: ele não está à altura daqueles que o antecederam.
Confira mais trechos da entrevista de Eurico Miranda:
Não ter sido procurado pelo Grêmio:
- Em nenhum momento eu fui procurado. Acho que o mínimo que eu merecia era um telefonema para dizer que tinha interessa. A minha resposta seria que o momento não é esse. Deviam me procurar antes. Por que não foram procurar o Doriva lá atrás? É assim que se faz as coisas?
- Ele (presidente do Grêmio) poderia usar o telefone e me procurar. Não ligar para o profissional. A proposta milionária não foi levada em consideração pelo treinador.
- Ele pode ter sido oferecido por empresários, isso é outro defeito do futebol brasileiro, mas me merece muito crédito. Ele me disse que o presidente do Grêmio ligou para ele. Oferecido ou não pelos empresários, pelos extraterrestres, o presidente do Grêmio ligou para ele. Só pelo fato de ter ligado para ele sem ter a delicadeza, a obrigação, de me dar um simples telefonema, não muda em nada o meu posicionamento.
Conversa com o Doriva:
- Não fizemos barganha, não prometemos vantagem alguma. Apenas o Doriva, diante da comunicação que me fez, deixou claro, como eu já tinha deixado a ele, que compromisso e honra são as coisas que valem.
Contratar Doriva dias depois de ele ser apresentado pelo Botafogo-SP:
- A situação é bem diferente. As pessoas precisam ter informação e não as distorcer. O Doriva sequer tinha sido apresentado ao elenco do Botafogo-SP. Não tinha nada, nada comparado com você buscar um treinador ou profissional qualquer no meio de uma competição. Totalmente diferente. E me desculpe, com todo respeito, há uma diferença muito grande. Mesmo assim, veio para o Vasco com uma multa contratual que foi paga, mesmo sem ele ter trabalhado um dia no clube. E não foi proposta milionário alguma. Não gosto de dizer quanto um profissional meu ganha, mas todo mundo sabe o quanto ele ganha. Mas muitíssimo diferente do que foi proposto.
Modo como administra o Vasco:
- Eu primo minha administração no Vasco pelo seguinte: tenho que assumir compromissos e cumpri-los. Não posso assumir compromissos e não cumprir. Muitas vezes pode se falar da contratação de fulano e beltrano, mas, na sua grande maioria, é vocês esquecerem, não levarem adiante, porque vai ficar em uma situação em que não vou poder cumprir se fizer uma contratação, então está fora de questão.
Continuidade de Doriva:
- Assumi o compromisso quando trouxe o Doriva. Talvez contra a vontade de muitos. Já me perguntaram aqui a respeito de resultados e tal. Isso não funciona comigo. Funcionam outras coisas e o Doriva sabe disso. No Vasco, comigo na presidência, não tem pressão. O único que pode fazer pressão e não faz, porque decide, sou eu. Quem trabalha comigo sabe disso.
- Quando apresentei o Doriva, apresentei dizendo que estava sendo contratado para ser o treinador do Vasco no mínimo até o final do ano. Não era para teste nem para o Carioca. Dependendo, principalmente dele, pela vontade e atuação, poderia ficar dois, três anos. Não mudou nada, pelo contrário, continua rigorosamente a mesma coisa.
- A forma como ele foi recebido e é tratado no Vasco... Doriva sabe que a honra vale mais do que o dinheiro. Por isso venho formalmente relatar o fato e falar da satisfação pela atitude do Doriva. Além de lançar meu repúdio a atitude tomada pelo presidente do Grêmio. Afirmo: ele não está à altura daqueles que o antecederam. Ele não teve atitude de homem.
Fonte: GloboEsporte.com