A oposição ao atual presidente vascaíno, Eurico Miranda, decidiu não comparecer à reunião desta noite no Conselho Deliberativo vascaíno. O encontro está marcado para as 20h na sede náutica da Lagoa e vai servir apenas como mera formalidade para a renúncia da ação de regresso do Vasco contra o atual presidente. Os 30 conselheiros da oposição vão formalizar em nota oficial a decisão de se abster da reunião desta noite. No comunicado, que deve ser divulgado ao longo do dia, vão argumentar que o atual conselho, que tem maioria absoluta ligada a Eurico, não tem capacidade para julgar o caso.
A reunião foi convocada na semana passada pelo presidente do Conselho Deliberativo do Vasco, Luis Manoel Fernandes. A pauta diz respeito à ação de regresso movida pela administração Dinamite contra contra o presidente Eurico Miranda. Em primeira e segunda instância, o atual mandatário chegou a ser condenado a ressarcir o Vasco em R$ 1,3 milhão - que foram corrigidos depois para R$ 3 milhões. No ano passado, próximo das eleições, o caso voltou à estaca zero com a anulação das decisões anteriores. Eurico alegou cerceamento de defesa no processo. Com ampla maioria favorável a Eurico - tanto entre conselheiros natos como entre os recém-eleitos -, os conselheiros devem anular o caso aprovando a renúncia da ação do Vasco contra o atual presidente.
A "Sempre Vasco", que tinha o candidato Julio Brant na cabeça de chapa e corpo político da Cruzada, que compõe a maioria das 30 cadeiras do Deliberativo destinados à oposição, se separou de alguns integrantes após as eleições. A ideia da oposição era mandar um representante para ler uma nota oficial na reunião. Porém, a decisão terminou sendo em não mandar nenhum membro para a reunião. A nota oficial será divulgada pelos veículos oficiais da Cruzada, que ainda não se manifestou após a convocação da reunião.
Advogado da chapa de Brant na última eleição, Alan Belaciano, em entrevista ao blog Bastidores FC, ameaçou entrar na Justiça contra a decisão do Conselho que sai esta noite.
O processo em que o ex-dirigente é réu e o Cruz-maltino, autor, se refere à prisão de Edmundo em 1999. Na época, três desembargadores, que condenaram o Animal à prisão em regime semiaberto pelo acidente que causou três mortes na Lagoa em 1995, se sentiram ofendidos com as declarações do então mandatário vascaíno - Eurico disse que os juristas estavam tendo "seus 15 minutos de fama" ao decidirem pela prisão do Animal - e processaram o clube e o dirigente. O Vasco pagou, com cotas de TV penhoradas, R$ 1.363.468,47 de indenização aos membros do judiciário. O antigo departamento jurídico do clube moveu ação de regresso contra Eurico cobrando dele ressarcimento original de R$ 1,3 milhão – em correções, o valor atualizado estava próximo de R$ 3 milhões.
Fonte: GloboEsporte.com