Do descrédito ao orgulho
O Diário Oficial da União publicou nesta sexta-feira a autorização para a renovação de contrato entre a Caixa Econômica Federal e o Club de Regatas Vasco da Gama
O clube receberá até o fim do ano o valor de 15 milhões de reais.
Iniciamos nosso comentário relembrando que o contrato com a CEF se expirou em agosto de 2014, período no qual deveria ter ocorrido o pleito eleitoral no Vasco. Ou seja, ao final do contrato o Vasco já teria novo presidente.
Como se sabe, os atuais opositores de Eurico Miranda buscaram na Justiça a manutenção de Roberto Dinamite no poder, período no qual houve total inércia quanto a questões envolvendo a CEF, funcionários, patrimônio, etc…, a ponto de o Vasco ter sido deixado em dezembro com dois meses de salários atrasados, sem certidões, sem possibilidade de receber valores residuais da CEF, sem rumo.
As críticas iniciais dos insatisfeitos com a vitória da chapa “Volta Vasco! Volta Eurico!” versava sobre o fato de que a gestão vascaína não conseguiria patrocínios “pela falta de credibilidade de Eurico Miranda”.
Inicialmente, antes de qualquer patrocínio, Eurico Miranda teve crédito suficiente para conseguir 14 milhões de reais e acertar a questão fiscal do clube, além disso conseguiu pagar grande parte dos atrasados da era MUV no Vasco e manteve em dia atletas e funcionários desde janeiro até aqui.
Falemos agora especificamente sobre patrocínios:
As previsões para 2015 oriundas da mídia previam 20 milhões de reais pela renovação com a CEF, mais 7 milhões referentes ao acordo com a Viton 44. Matéria publicada pelo jornal Extra, a 2 de janeiro ventilava tais números.
No início de abril, após muita negociação o clube fechou contrato de patrocínio para as mangas de seu uniforme com a empresa Viton 44. O Vasco manteve a empresa Guaracamp nas mangas por mais um mês, até firmar um acordo alternativo com ela em outras propriedades do clube, e menos de 10 dias depois fechou com a Viton 44.
Doze dias após, o clube fechou contrato de patrocínio para as costas da camisa com a própria Viton 44.
Os valores finais dos dois acordos, previstos até o fim de 2016, atenderam com sobras à expectativa criada.
Agora falemos sobre a Caixa Econômica Federal:
Para que se conseguisse receber os valores residuais da CEF, no início de janeiro deste ano, o Vasco teve que apresentar além das certidões exigidas ainda o cumprimento de uma série de obrigações contratuais inerentes àquele acordo e ignorados pela gestão anterior, trabalho finalizado ao final do mês de dezembro, portanto em menos de um mês de trabalho da nova gestão.
Vale ressaltar que Eurico Miranda assumiu o Vasco em 02 de dezembro do ano passado, um dia após a data limite para o Vasco resolver suas pendências fiscais com a CEF e fazer jus ao recebimento do valor residual que lhe era devido, e foi obtida a prorrogação de prazo para todo o acerto necessário até o fim de 2014 pela nova gestão.
O Vasco iniciou 2015 já tendo cumprido todas as exigências feitas pela CEF para uma possível negociação visando novo patrocínio.
Em 10 de fevereiro foi confirmada a troca da presidência na CEF e houve certa apreensão por parte dos clubes quanto à continuidade ou não de patrocínios da empresa diante da recessão econômica do próprio país, mas apostava-se na manutenção da estratégia de marketing da própria empresa, até ali focada e muito no futebol.
Em 24 de fevereiro, dia posterior ao anúncio do acerto da CEF com o Corínthians, Eurico Miranda, ao saber que a Caixa alegava esperar pelas certidões para firmar novo contrato, afirmou já ter o clube cumprido a exigência “há algum tempo”, na ocasião.
No início de abril o Ministro da Fazenda Joaquim Levy se mostrou contrário a que a CEF continuasse patrocinando os clubes de futebol.
O Vasco manteve em seu uniforme a marca da CEF desde o início do ano visando o fechamento de um contrato que valorizasse a sua marca e foi exatamente o que ocorreu. Num período próximo a sete meses o clube receberá um valor proporcional maior que o ventilado no início do ano em quase 30%, o que valoriza a própria marca para futuras negociações.
A dificuldade do Vasco em suplantar barreiras construídas pela gestão anterior, o panorama econômico atual do país e o descrédito institucional, acumulado por quase seis anos e meio, levaram o clube a ter que se fazer respeitar. Neste cenário, o acordo obtido junto à Caixa, após o Vasco bancar tê-la em sua marca por quase cinco meses, sem qualquer garantia de um futuro patrocínio, teve sim na atitude um fator motivador a isso e que serviu de alicerce para a negociação. Foi uma estratégia do clube a manutenção da marca no uniforme e esta deu certo.
Aos que desacreditavam de tudo, de novos patrocínios, de obtenção de crédito, certidões, pagamento de salários mês a mês, títulos, investimentos no patrimônio e em esportes olímpicos, que desacreditavam enfim na volta do respeito institucional interno e externo do Vasco, só resta mesmo chorar na cama que é lugar quente, afinal:
O RESPEITO VOLTOU. PONTO! (de exclamação).
Casaca!
Fonte: Casaca