O presidente do Conselho Deliberativo do Vasco, Luis Manoel Fernandes, convocou os conselheiros do clube para julgarem a ação de regresso que a administração Dinamite moveu contra o atual presidente vascaíno, Eurico Miranda. Em primeira e segunda instância, o atual mandatário chegou a ser condenado a ressarcir o Vasco em R$ 1,3 milhão - que foram corrigidos depois para R$ 3 milhões. No ano passado, próximo das eleições, o caso voltou à estaca zero com a anulação das decisões anteriores. Eurico alegou cerceamento de defesa no processo. Na próxima terça-feira, o Conselho vascaíno, que tem ampla maioria favorável a Eurico - tanto entre conselheiros natos como entre os recém-eleitos -, deve anular o caso com a aprovação da renúncia da ação do Vasco contra o atual presidente.
Em rápido contato com a reportagem do GloboEsporte.com, Luis Manoel, presidente do Conselho, explicou que "houve pedido de pronunciamento do caso no Conselho". Ex-secretário do Ministério dos Esportes e atual presidente da Finep, Fernandes disse que Eurico vai se pronunciar sobre o caso na reunião e defender a retirada do processo.
- Ele vai fazer a apresentação do caso e vai apresentar suas razões - disse Fernandes.
O processo em que o ex-dirigente é réu e o Cruz-maltino, autor, se refere à prisão de Edmundo no fim dos anos 2000. Na época, três desembargadores, que condenaram o Animal à prisão em regime semiaberto, se sentiram ofendidos com as declarações do então mandatário vascaíno - Eurico disse que os juristas estavam tendo "seus 15 minutos de fama" ao decidirem pela prisão do Animal - e processaram o clube e o dirigente. Em 2009, após ter penhorada cotas de TV, o Vasco pagou R$ 1.363.468,47 de indenização aos membros do judiciário.
A defesa de Eurico no caso afirma que o dirigente atuava em defesa dos interesses do Vasco e lembra que as contas daquele ano haviam sido aprovadas anteriormente no Conselho. O atual presidente do Vasco dizia, ao longo da campanha para retornar à presidência do clube, que não estava preocupado com o caso e que ação tinha motivos políticos.
Confira a convocação no documento abaixo:
Relembre o caso
Após derrota em primeira instância e negativa de recurso de Eurico Miranda em ação de regresso que o Vasco move, o ex-presidente, reeleito presidente do clube em novembro do ano passado, venceu batalha contra os advogados da administração Dinamite. O antigo departamento jurídico do clube moveu ação de regresso contra Eurico cobrando dele ressarcimento original de R$ 1,3 milhão – em correções, o valor atualizado estava próximo de R$ 3 milhões. Nesta quarta-feira, a 24ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio deu ganho de causa a Eurico, que alegou cerceamento de defesa.
O caso é do fim dos anos 1990, por ocasião da prisão de Edmundo. Na época, após decisão de três desembargadores da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, o então vice-presidente do Vasco disse que os magistrados haviam conseguido “15 minutos de fama”. Os membros do judiciário se sentiram ofendidos, processaram o dirigente e o clube, que pagou R$ 1,3 milhão de indenização aos desembargadores em 2009. No ano seguinte, o clube colocou Eurico como réu em ação de perdas e danos.
O desembargador Paulo Maurício julgou o caso e, depois de recurso da defesa de Eurico, se declarou impedido anulando a decisão de segunda instância. Havia tentativa de opositores do ex-presidente usarem a ação de regresso para punir Eurico e afastá-lo temporariamente do quadro social, o que o impediria de disputar as eleições. Apesar das assinaturas colhidas, o caso nunca foi levado a votação anteriormente no Conselho Deliberativo.
Fonte: GloboEsporte.com