Com os seus detalhes prestes a serem revelados, a Taça BH deve ser palco de novo boicote ao Vasco na base. O coordenador do departamento de formação cruzmaltino Álvaro Miranda, filho do presidente Eurico Miranda, defende o clube de acusação de aliciamento feita pelo rival Fluminense, mas não conseguiu convencer até aqui e, isolado, deixou o grupo mantido pelos dirigentes no WhatsApp.
No mês passado, a organização da Copa Nike foi obrigada a voltar atrás no convite aos cariocas e exclui-los da competição sub-15 depois de ameaça de ausência por parte dos demais participantes.
A diretoria do Vasco é acusada pelo Fluminense de ter aliciado o meia-atacante Paulo Victor, de 15 anos, e de contar com o apoio da federação carioca e da CBF na manobra.
No último dia 31 de março, mesmo com a denúncia de sumiço do atleta e sem o consentimento do Flu - que negou a liberação em e-mail -, a Ferj realizou a inscrição do jovem jogador na Colina Sagrada através do BIRA, o seu boletim informativo de registros. A CBF cumpriu o mesmo procedimento em seu espaço, no BID, minutos depois.
Os dirigentes suspeitam de uma ação combinada com o Vasco como represália por todo o conflito que envolve atualmente o Fluminense e a entidade estadual no Carioca.
Mais do que isso: dizem que a CBF "rasgou" a sua própria Norma de Conduta Ética, anunciada em agosto do ano passado, ao encaminhar o nome de Paulo Vitor em seu sistema.
"Ainda não está confirmada a exclusão, mas entre cinco e dez clubes entraram em contato condicionando a participação deles à saída do Vasco. Mandei e-mail para a diretoria do Vasco hoje (terça-feira) para que essa situação seja resolvida e haja acordo", afirma Paulo Bracks, diretor executivo da federação, organizadora da Taça BH, ao ESPN.com.br.
"O convite foi feito em janeiro, eles aceitaram e agora recebi essa reivindicação. Se não acontecer um fato novo, eles serão desconvidados, infelizmente", completa.
O torneio sub-17 será disputado entre 9 e 29 de julho.
"Não existe o diálogo. O Fluminense está entrando na Justiça porque a CBF nem a Ferj respondem sobre o assunto. O Álvaro (Miranda) me ligou para conversar, argumentar que ele estava certo, mas não concordei e ele acabou deixando o nosso grupo no WhatsApp", diz o gerente de base do Atlético, André Figueiredo, uma das lideranças do movimento.
São Paulo e Atlético-PR foram outros que sofreram boicote na base em anos anteriores.
Procurado pelo ESPN.com.br, Álvaro Miranda não retornou os contatos nem respondeu as mensagens até a publicação da matéria.
Fonte: ESPN.com.br