A dificuldade da dupla de finalistas do Estadual para tirar do papel a obra de seus centros de treinamento é apenas uma amostra do caos financeiro, que também é demonstrado pela dureza na hora em que os executivos de Botafogo e Vasco saem às ruas na busca de anunciantes para um precioso bem: a camisa.
A situação vascaína é mais confortável desde que fechou um longo patrocínio com o Grupo Viton 44, que estampa um de seus produtos nas mangas e nas costas do uniforme. Patrocinadora máster, a Caixa Econômica Federal ainda não renovou o acordo com o Vasco. O clube teve dificuldade na obtenção da Certidão Negativa de Débito (CND), o que inviabiliza o acordo com o banco público. A expectativa da direção vascaína é a de que um eventual novo acordo renda R$ 5 milhões a mais do que os R$ 15 milhões que foram pagos no primeiro ano de contrato. Para reforçar o caixa, o clube de São Januário também abriu espaço para as marcas interessadas em aparecer esporadicamente.
Sem um patrocinador principal desde que a Viton 44 deixou o clube, o Botafogo apostou no setor de varejo para tentar sobreviver. Desde o início do ano, o Alvinegro loteou suas diversas propriedades no uniforme para pequenas e grandes empresas. Até o momento, uma importadora de produtos, uma empresa de adegas de vinho, um aplicativo de táxi e duas gigantes varejistas, que anunciaram inclusive preços de produtos, estiveram dentre as marcas que já estamparam a camisa alvinegra. Para Amir So moggi, especialista em marketing esportivo, o fato revela a crise pela qual o segmento está passando:
— Os clubes se contentam com as empresas menores. Esses patrocínios pontuais são péssimos para os clubes, são bons apenas para os anunciantes.
Fonte: Extra