Aliviado com absolvição no TJD, Bernardo sonha com gol do título do Vasco

Terça-feira, 28/04/2015 - 19:48
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Bernardo era um peixe fora d’água. Estava nervoso. Suspirava. Mexia incessantemente no celular. Porém, o medo de perder a final do Carioca, domingo, às 16h, no Maracanã, contra o Botafogo, desapareceu a cada voto dos auditores da 6ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro. Deu lugar ao alívio por poder ficar à disposição de Doriva para ajudar o Vasco a conquistar um título que não vem desde 2003 - mesma situação do volante Guiñazu. Sonha até com gol.

Expulsos no clássico com o Flamengo de 22 de março, ainda na fase classificatória, a dupla corria risco de punição pela confusão com Anderson Pico e Paulinho, do Rubro-Negro. O argentino, porém, foi absolvido. E Bernardo pegou um jogo, já cumprido na suspensão automática.

- Ficar sentado aqui é difícil. Muita coisa é falada, nem tudo eu entendo. Estou feliz, espero que dê tudo certo no domingo. Fiquei com medo de perder a final. Mas graças a Deus deu tudo certo. Estava ansioso com o resultado do julgamento – disse o meia, presente à sessão, para depois completar:

- Foi um julgamento justo. Não se vê agressão nas imagens. Tive medo. Seria chato ficar fora da final. Imagino fazer um gol, sonho com isso. Ou um passe. Vai ficar marcado na história.

No primeiro jogo da final, o Vasco venceu por 1 a 0. Gol de Rafael Silva, passe de Bernardo.

O julgamento desta terça-feira

O relator Pedro Paulo Barros não concordou com a denúncia feita pela Procuradoria e pediu um jogo de suspensão a Pico, advertência a Bernardo e absolvição de Paulinho e Guiñazu. O auditores Leonardo Rangel, Roberto Goes Vieira e o presidente da 6ª comissão disciplinar regional, Alberto Flores Camargo, acompanharam Pedro Paulo quase que integralmente. De diferente, por parte do trio, apenas a solicitação de um jogo de gancho a Bernardo.

Paulinho foi absolvido por maioria. A 6ª Comissão Disciplinar do TJD decidiu desqualificar a denúncia de rixa feita pela Procuradoria a Anderson Pico, Guiñazu e Bernardo. Eles passaram a ter suas condutas analisadas individualmente. O rubro-negro, enquadrado no artigo 250, então, pegou um jogo, já cumprido pela suspensão automática. Guiñazu acabou absolvido. E Bernardo foi punido com um jogo, igualmente já cumprido.

Adiamento

Os quatro chegaram a ir ao tribunal no dia 7 de abril, porém, não houve julgamento. A audiência foi adiada pois os fatos descritos na súmula do árbitro João Baptista de Arruda foram interpretados de forma divergente pela Procuradoria. Como só o presidente do TJD, José Teixeira Fernandes, tem a prerrogativa de arquivar (ou não) as supostas infrações, uma nova data foi agendada, este 28 de abril. E o procurador-geral do TJD, André Valentim, manteve a denúncia.

Paulinho havia sido enquadrado no artigo 250 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que fala em "impedir oportunidade clara de gol" e prevê pena de uma a três partidas de suspensão. Bernardo, Guiñazu e Anderson Pico responderam pelo artigo 257, "participar de rixa, conflito ou tumulto durante a partida". A pena, neste caso, variava de seis a 10 jogos.

Na súmula do jogo, o árbitro relatou agressão entre os atletas. No texto, disponível no site da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, ele descreve um "soco no queixo" de Pico em Bernardo, que deu uma "peitada" em Paulinho. Guiñazu, segundo o relato da súmula do árbitro, acertou "um tapa no peito" de Anderson Pico.

Enquanto o Vasco decide o título com o Botafogo no domingo, o Flamengo se prepara ao Brasileirão. A estreia é no dia 10 de maio contra o São Paulo.

Fonte: GloboEsporte.com