Há 25 anos, o Botafogo conquistava seu 16º título em que nem mesmo a vitória por 1 a 0 sobre o Vasco na decisão bastou para levantar a taça. Marcado por um regulamento com diferentes interpretações, o torneio de 1990 contou com duas voltas olímpicas, uma “taça de caravela” e um campeão reconhecido fora das quatro linhas.
Antes da decisão, Botafogo e Vasco disputavam nos tribunais sobre quem tinha razão a respeito do que previa o regulamento. Nele, constava que os campeões do primeiro e do segundo turno se enfrentariam para saber quem jogaria a final do Estadual com o time de melhor campanha. Para o Cruz-Maltino, porém, o campeão seria o time que obtivesse mais pontos na fase final.
— Normalmente, as polêmicas são criadas nos erros de arbitragem. Mas, naquele jogo, não. O problema foi no regulamento, que o Eurico interpretou de um jeito, e todos os outros de uma forma diferente — lembrou o ex-zagueiro Gonçalves, campeão Estadual pelo Botafogo.
No dia 29 de julho, o imbróglio jurídico afastou o público e apenas 35 mil pessoas assistiram a decisão no Maracanã. O apito do árbitro Cláudio Garcia dando fim a partida, e decretando a vitória alvinegra com gol de Carlos Alberto Dias, foi o estopim para a confusão nos bastidores
— Não sei de onde surgiu e não sei quem entregou para os jogadores, mas o Vasco começou a dar um volta olímpica com uma caravela — conta o ex-goleiro vascaíno Acácio. — Confesso que eu desci para os vestiários e não compactuei com aquela situação. Sabíamos que o Botafogo era campeão — confessou Acácio, que foi questionado pelos dirigentes vascaínos por não dar a “volta olímpica”.
Do outro lado, Gonçalves não acreditava na atitude do adversário.
— Nós só rimos. Nós sabíamos que nós éramos os campeões. Apenas rimos do que o Vasco fez — brincou.
Se no campo a vitória não bastou, o Botafogo teve de esperar dois meses para ser reconhecido como campeão estadual de 1990.
Fonte: Extra Online