Responsável pela conquista de dois títulos estaduais para o Vasco (1992 e 1993) e dois para o Botafogo (1997 e 2010), o técnico Joel Santana assistirá hoje, do sofá de casa, a reedição da decisão de 1997, a última entre as equipes..
Dezoito anos depois, o treinador recorda com carinho da fase em que despontou para o futebol brasileiro com o quinto título carioca em seis anos, mas lamenta a fase complicada do futebol do Rio. Sem clube, Joel não descarta se aposentar em 2015.
— Hoje eu sou técnico. De repente até o fim do ano eu paro com essa merda e vou fazer outra coisa. Mas eu sou igual novela, aguarde o próximo capítulo — projetou o Papai Joel.
Em 1997, Joel já mostrava que tinha estrela e viu um de seus talismãs, Dimba, fazer o gol do título do Botafogo sobre o Vasco. Segundo o treinador, a provocação de Edmundo na primeira partida, com a rebolada na frente do zagueiro Gonçalves, foi o que deu mais garra à equipe.
— Aquilo nos deu um incentivo grande, infernizou com os jogadores, e as coisas aconteceram dentro daquele jogo de forma estranha, com um gol que começou na lateral-direita sem a menor pretensão — recordou Joel.
Demitido do Vasco ano passado depois de levar o time de volta à primeira divisão do Brasileiro, o técnico tenta esconder o ressentimento e fala do outro finalista com a propriedade de quem ajudou a preparar o terreno para a conquista estadual.
— Esperava o Vasco na final. Eu preparei o terreno, deixei todo mundo plantar para crescer. Não tenho tempo para ressentimento. Conseguir trazer onde eu podia. Entrei no tiroteio. O pensamento era trazer o Vasco para onde tem que estar — desabafou.
Aos 66 anos, Joel prioriza a saúde depois de duas cirurgias nos últimos anos — uma para retirada da vesícula e outra para corrigir a região da bacia. Ele não esconde que gostaria de ter ido para o Botafogo esse ano, mas elogiou René Simões.
— O Botafogo está bonito. Não esperava. Fez a melhor lista de contratação para a segunda divisão. Fora o trabalho do Rene, que estava esquecido. Mas é assim, quando se é competente volta e conquista — ensinou.
Por fim, Joel criticou a fase atual do futebol do Rio e lamentou que não haja espaço para treinadores com o seu currículo, mesmo elogiando o novato Doriva.
— O futebol do Rio está passando por momento dificil. Hoje nao é curriculo, é quanto pode pagar. Eu recebo o que acho que meu currículo merece — explicou o Rei do Rio, agora também brilhando nas propagandas
— Comercial eu não parei. Se aparecer eu faço — brincou.
Papei Joel, personagem do riso e do choro de alegria com tantos títulos no Rio.
Fonte: Extra Online