"É segredo, não conto a ninguém" era o refrão do samba da campeã do carnaval carioca de 2010. A Unidos da Tijuca, presidida por Fernando Horta, hoje vice-presidente geral do Vasco, trouxe o título com a marca da criatividade do carnavalesco Paulo Barros. Em São Januário, a diretoria decidiu fechar todas atividades das vésperas das semifinais e finais do Campeonato Carioca mais preocupada em isolar e concentrar ainda mais a equipe do que para trazer grandes novidades para campo. Ao todo, contando com mais três ou quatro treinos fechados na semana que vem, serão 26h ou 28h de atividades fechadas - 13 ou 14 dias de treinos fechados nas duas primeiras partidas. Tudo isso para encerrar um jejum de 12 anos sem título estadual.
Pelo Ituano, Doriva também adotou procedimento similar, mas foram poucas atividades fechadas. Após a equipe do interior paulista vencer o Santos no primeiro jogo da decisão, o treinador defendeu um controle de exposição da equipe, até para esfriar a euforia e o assédio de torcedores e da imprensa ao time que terminou se sagrando campeão paulista em 2014.
- Não tem porque mexer em time que está ganhando - disse o técnico no ano passado.
Evidentemente que, em outro cenário e outras proporções, o exemplo do Ituano vale para o Vasco. O atacante Rafael Silva, campeão com Doriva e Anderson Salles pelo clube paulista, vê semelhanças na concentração das duas equipes, mas lembra que não foi preciso tanta privacidade assim no ano passado.
- Acho que no Ituano fechamos só os dois últimos treinos, não foi a semana toda - contou.
Com forte bola parada, Doriva tem se preocupado em somente se beneficiar dessa jogada e não falhar mais. Contra o Botafogo, o empate veio no início do segundo tempo em lance de escanteio. O técnico do Vasco faz repetições diárias de jogadas aéreas ofensivas e defensivas, seja escanteios, lances pelas pontas das áreas ou mais distantes.
Na prática, como reconhece Doriva, há poucas mudanças na equipe. No primeiro jogo contra o Flamengo, a escalação de Marcinho como titular pode ser considerada uma surpresa - Yago também entrou no time, numa vaga que sofreu revezamento durante todo o ano e agora é de Rafael Silva. Mas as atividades seguem o mesmo roteiro: reunião rápida no início, aquecimento e posicionamento do time para enfrentar um adversário no seu campo de defesa. Menos de duas horas depois, quando as atividades são abertas para a imprensa, os jogadores encerram o treino dentro de campo e vão para o vestiário.
- Não é questão de surpreender, é mais privacidade mesmo. Poder trabalhar mais à vontade. Todos conhecem nossos jogadores e suas características - disse o treinador do Vasco antes do primeiro jogo contra o Flamengo.
Fonte: GloboEsporte.com