Após golear o Peru na estreia pela Copa Sul-Americana, válida como eliminatórias para a Copa do Mundo, em julho, na Praia do Espinho, em Portugal, a seleção brasileira deu mais um passo em sua busca do pentacampeonato mundial. Após encontrar dificuldades no primeiro período, o Brasil deslanchou e venceu o Uruguai por 6 a 3, nesta segunda-feira, em Manta, no Equador. O sistema rodízio de jogadores, implementado com sucesso pela Rússia a partir de 2011 e que transformou o futebol de areia pelo mundo, foi uma das armas do técnico Alexandre Soares. Bruno Xavier (2), Daniel Zidane, Gabriel, Rodrigo e Datinha marcaram os gols da equipe canarinho, enquanto Martin (2) e Richard descontaram para a Celeste.
- A gente sabia da dificuldade (de enfrentar o Uruguai), pois as duas seleções jogam sempre e se conhecem muito bem. Mas conseguimos abrir o placar, administrar o jogo e ter o domínio da partida. Estamos focados e cientes do nosso dever. Com união e humildade, estamos trilhando nosso caminho rumo à Copa do Mundo - disse Bruno Xavier.
Líder do Grupo A, que conta ainda com Argentina e Venezuela, o Brasil volta à quadra nesta quarta-feira, às 15h (de Brasília), para enfrentar os venezuelanos. Equador, Paraguai, Chile, Colômbia e Bolívia formam o Grupo B. Os dois primeiros de cada chave avançam à próxima fase.
A Copa Sul-Americana irá distribuir três vagas para o Mundial. Onze países já garantiram a vaga a disputa em outras eliminatórias. Irã, Omã e Japão são os representantes asiáticos na Copa do Mundo, Costa Rica e México conquistaram a vaga pela CONCACAF (América do Norte, Central e Caribe), Itália, Espanha, Suíça e Rússia pela Europa, Taiti, o único da Oceania, e Madagascar, que venceu o Senegal em uma grande zebra, deixando a forte seleção africana de fora.
O JOGO
O duelo começou equilibrado, com Pampero Sobral, que já atuou com brasileiros em clubes como Botafogo, levando perigo em um chute de longe. Bruno Xavier tentou encobrir o goleiro Leandro Ortiz, mas o arqueiro da Celeste afastou o perigo. A marcação uruguaia era forte e não dava espaços para o Brasil chutar para o gol. Aos três minutos, Xavier, eleito o melhor do mundo e grande arma do Brasil, arriscou de longe e, no rebote, Rodrigo teve a chance de marcar, mas isolou a bola. Em seguida, uma bola na trave. Aos poucos, a seleção ia se movimentando melhor em quadra, criando boas oportunidades. Aos sete, Daniel Zidane chamou a responsabilidade, driblou dois e encheu o pé para lançar uma bomba, de bico, abrindo o placar em Manta.
Com um rodízio constante de jogadores, o time comandado por Soares passou a ditar o ritmo da partida. No entanto, em uma bobeada na defesa verde e amarela, Martin ficou livre e emendou o cruzamento pelo escanteio com um chute forte, sem chances para o goleiro Mão, aos 10: 1 a 1 Daniel, por pouco, não ampliou no fim do primeiro período. Logo no início do segundo, em um escanteio para o Brasil, Pampero se atrapalhou na zaga e deu um toque na bola após o chute de Gabriel, que gerou o segundo gol do Brasil. Os uruguaios ficaram perdidos em quadra. Depois de outro escanteio, Bruno Xavier apareceu livre para empurrar para o fundo do gol: 3 a 1.
Com folga no placar, a seleção relaxou e pagou o preço pela falta de atenção na defesa. Martin levou a melhor em uma dividida, ficou cara a cara com Mão e marcou o segundo do Uruguai: 3 a 2. O Brasil se reorganizou em quadra e pressionou os rivais. Em uma cobrança de falta cobrada com muita categoria pelo melhor do mundo, um chute forte que ainda tocou no goleiro Leandro, Bruno Xavier fez mais um, aos 2m40s do segundo período: 4 a 2. As mudanças na formação do time verde e amarelo não deixavam o ritmo cair. Leandro precisou fazer grandes defesas para evitar que o Brasil deslanchasse, como o milagre ao defender um chute no ângulo de Datinha. Os brasileiros se fecharam na defesa no fim do segundo perigo e Mão teve pouco trabalho.
A seleção brasileira entrou com sede de gol no terceiro e último período. Rodrigo, que tinha a opção de tocar para Mauricinho na área, apostou em uma bela jogada individual para fazer o quinto, tirando do goleiro para colocar no fundo da rede: 5 a 2. O Brasil controlava as ações, administrando o resultado. De pênalti, o ex-pescador Datinha, a "Joia de Tutoia", cidade no litoral maranhense, ampliou: 6 a 2. Richard descontou para os uruguaios, mas os brasileiros não deram mais espaços. Com marcação cerrada, os representantes da Celeste não conseguiam infiltrar e tentavam levar perigo em jogadas de longa distância, como a de Martin, que obrigou Mão a se esticar para defender, no último minuto, mas era tarde para imprimir uma reação.
Fonte: GloboEsporte.com