O boicote ao Vasco nas categorias de base teve o seu primeiro resultado. Em e-mail encaminhado no fim da tarde desta quinta-feira, a organização da Copa Nike (veja abaixo), competição sub-15, comunicou aos clubes que voltou atrás no convite ao time de São Januário. A diretoria cruzmaltina é acusada pelo Fluminense de aliciar o meia-atacante Paulo Vitor, de 15 anos, e de contar até mesmo com o apoio da CBF na ação.
Ainda não ficou definido o substituto dos cariocas, mas, por efeito de logística, a tendência é que o escolhido seja uma equipe paulista.
Na última terça-feira, a partir de troca de e-mails, os dirigentes combinaram o envio de uma notificação em comum para a Nike de que não participariam do torneio em caso de presença do Vasco.
Desde então, o clima esquentou entre os executivos.
Em um grupo mantido por eles no aplicativo Whatsapp, o coordenador da base cruzmaltina e filho do presidente Eurico Miranda, Álvaro Miranda, passou a cobrar de seus colegas um documento assinado e carimbado pro seus respectivos mandatários de que contavam com a sua anuência para o boicote.
Álvaro teve seu pedido rebatido na discussão.
Anteriormente, em reunião no mês passado, na sede do Palmeiras, em São Paulo, o gerente do Vasco, Isaías Tinoco, foi cobrado a esclarecer o assunto, mas afirmou na ocasião desconhecer o paradeiro de Paulo Vitor. A direção do clube diz não respeitar o código de ética firmado ainda em sua gestão anterior.
O imbróglio respinga também na CBF e na federação carioca.
No último dia 31 de março, mesmo com a denúncia de sumiço do atleta e sem o consentimento do Flu - que negou a liberação em e-mail -, a Ferj realizou a inscrição do jovem jogador pelo Vasco no BIRA, o seu boletim informativo de registros. A CBF cumpriu o mesmo procedimento em seu espaço, no BID, minutos depois.
Os dirigentes suspeitam de uma ação combinada como represália por todo o conflito que envolve atualmente o Fluminense e a entidade estadual no Carioca.
Mais do que isso: dizem que a CBF "rasgou" a sua própria Norma de Conduta Ética, anunciada em agosto do ano passado, ao encaminhar o nome de Paulo Vitor em seu sistema.
Segundo o documento, um atleta com contrato amador não pode concluir transferência sem a anuência de seu clube de origem. A sanção nesse caso é de suspensão por dois anos das competições de base.
São Paulo e Atlético-PR foram outros que sofreram boicote na base em anos anteriores.
Fonte: ESPN.com.br