Roberto Dinamite, quando assumiu o Vasco, em 2008, pregou o fim dos ânimos acirrados com o Flamengo. Convidou Márcio Braga, então presidente do rival, para sua cerimônia de posse, como um sinal dos novos tempos. Atitude impensável para Eurico Miranda. De novo no poder, ele resgatou a máxima de “campeonato à parte” quando se trata de jogos contra o Rubro-negro. Domingo, terá mais uma chance de levantar seu troféu imaginário.
O estímulo à rivalidade age como uma faca de dois gumes. Aumenta a importância do clássico e, consequentemente, de seus protagonistas, mas em São Januário, já teve efeitos maléficos. A pressão sobre os jogadores para vencer a partida vem da presidência, como se não bastasse a cobrança dos torcedores e a deles mesmos. Quem não tem força psicológica, acaba sucumbindo à forte carga emocional.
Para o dirigente, a partida de domingo será mais uma em que se torna protagonista, mesmo sem entrar em campo. Da torcida rival, vem o xingamento muitas vezes mais forte do que o direcionado ao jogador. Eurico não se importa muito com isso.
- O jogo contra o Flamengo será sempre um campeonato à parte para o Vasco. É porque é. Sempre foi, e continuará sendo, até eu morrer - disse, em tom profético.
Como presidente, Eurico Miranda acumula dois vice-campeonatos contra o maior rival: o do Estadual de 2004 e o da Copa do Brasil de 2006. Em números absolutos, porém, é o principal vencedor da competição da qual é o maior estimulador: são 13 vitórias, sete empates e 12 derrotas, considerando apenas partidas oficiais.
O antagonismo que gosta de criar não fica restrito ao campo. Fora, o Vasco de Eurico se posiciona como a antítese do Flamengo dos gestores com amplos poderes:
- Cada um trabalha como quer. Eu não sei que estilo é o melhor. Mas como eles fazem não é o meu jeito.
Em tempo: quando esteve sob o comando de Roberto Dinamite, entre 2008 e 2014, o retrospecto vascaíno contra o Flamengo despencou. Foram apenas três vitórias, contra nove empates e dez derrotas.
Fonte: Extra Online