São quase 10 anos de casa. Luan morou nos alojamentos do clube, viveu momentos ruins e chegou a chorar em campo depois de sua estreia como titular em 2012 - o time foi goleado pelo Bahia por 4 a 0 em São Januário. No início de sua quarta temporada como profissional, o zagueiro vascaíno já viveu muita coisa. Foi promessa, titular, reserva, reserva do reserva - com a ascensão de Jomar no fim de 2013 -, lutou contra rebaixamento e depois para subir até ganhar uma homenagem que parece o maior reconhecimento ao jogador do Vasco.
"PQP, é o melhor zagueiro do Brasil, Luan!" Na vitória por 5 a 1 sobre o Nova Iguaçu, depois de encher o pé e marcar o segundo gol vascaíno, foi assim que os mais de 13 mil torcedores o saudaram em São Januário. O último zagueiro chamado desta maneira pelos vascaínos foi Dedé. O jogador do Cruzeiro era uma das pessoas que mais apostava no zagueiro capixaba revelado no Vasco. Tanto que em sua despedida o apontou como provável sucessor. Na coletiva de imprensa de adeus ao ex-clube, o Mito disse, inclusive, que o Vasco perdia tempo para lançá-lo na última boa fase do clube - na conquista da Copa do Brasil de 2011 e até o segundo semestre de 2012.
Receber a mesma ovação que Dedé, que virou seu amigo particular, colocou o zagueiro nas nuvens. Aos 21 anos, mais titular do que nunca, com três gols marcados em 12 jogos no ano, Luan deixou a emoção tomar conta de si nas normalmente frias coletiva de imprensa entre jornalistas e jogadores. Ele lembrou que ia passando aos poucos por etapas de objetivos que sempre sonhou na carreira.
- Vou realizar um sonho em breve que vai ser jogar pela seleção olímpica no meu estado (Espírito Santo) e agora tem essa (do grito). Eu também gritava pelo Dedé e ainda nem comentei com ele. Mas é um sonho isso que estou vivendo. Espero não acordar nunca mais dele - disse o zagueiro.
Às vezes com ares de veterano - dentro de campo e em entrevistas -, o jeito menino do jogador ainda aparece ao comentar a suposta "vaga cativa" em campo. Luan, de forma espontânea e bem humorada, disse que seria dessa maneira "só se fosse filho do treinador" - talvez sem lembrar que o filho de Doriva, Diego, hoje é jogador da base do Vasco. Novamente com semblante sério e olhos marejados, falou nas metas que vem atingindo e do que ainda pretende na carreira. A começar pela vontade de fazer história no clube que o acolheu ainda criança.
- Quero fazer história neste clube e marcar minha passagem. Não quero ser mais um. Sei que a torcida está carente e quer que as pessoas se doem pelo clube. Todas as vezes que eu entrar em campo vou dar minha alma, como diz o Guiñazu. Independentemente do resultado, não pode deixar nada por fazer depois que sair - afirmou Luan.
Fonte: GloboEsporte.com