O Brasil estreia contra a Colômbia às 20h10 desta quinta-feira no Sul-Americano sub-17, no Paraguai. Além de dar quatro vagas ao mundial da categoria, que acontece em outubro, a competição continental serve como o primeiro grande teste da carreira de alguns jovens jogadores, que já são considerados promessas nos clubes que defendem.
Dois dos principais destaques da Seleção Brasileira sub-17 atuam pelo Vasco da Gama: o meia com vocação de atacante, Evander, e o segundo volante Andrey, que já são titulares da equipe sub-20 do clube. Em entrevista exclusiva à GazetaEsportiva.Net, o treinador do time de base cruz-maltino, Rodney Gonçalves, falou sobre os dois atletas promissores.
"Na Seleção, o Evander atua como atacante, mas aqui no Vasco ele joga como meio-campo. Mas é um grande finalizador, então ele jogando de atacante ou meia, tentamos fazer com que fique em posição de agredir em gol. Porque ele tem essa facilidade, seja ela na bola parada ou em situações de jogo, ele chuta bem com a direita e com a esquerda também", comentou o técnico a respeito do goleador que saiu do banco de reservas para se firmar no time e marcar quatro gols na campanha do Vasco na última Copa São Paulo de Juniores.
Caio Zanardi, treinador da Seleção Brasileira sub-17, também não poupou elogios ao garoto de 16 anos. "Evander é um jogador que tem muito talento, que consegue livrar a frente fácil, que tem um poder de finalização muito grande. Ele tem um futuro imenso pela frente. Precisa melhorar um pouquinho alguns aspectos, a gente já tem conversado com ele. E, com certeza, vai ser um dos grandes jovens a chegar no profissional e vai ser titular do seu clube. É um jogador moderno que vai dar muitos frutos para o futebol brasileiro", declarou.
Neymar e Oscar, duas estrelas da Seleção principal, são os nomes que inspiram Evander quando ele veste a camisa amarelinha, com a qual marcou 26 gols em 2014, superando até o próprio ídolo que atua pelo Barcelona. Apesar das esperanças nele depositadas, o jovem talento vascaíno rejeita o protagonismo e aposta no jogo coletivo para buscar o título continental no Paraguai.
"Eu venho para ajudar a equipe a conquistar o título do Sul-Americano, sou mais um aqui que quer a conquista, como todos querem também. Então eu vim para ajudar e levantar esse troféu", disse o jogador.
Mais discreto, o volante Andrey, peça importante na Seleção, arrancou elogios de seu técnico no Vasco, Rodney Gonçalves, que o classificou como um jogador dinâmico e com qualidade de chegada à frente, que pode se firmar no profissional até antes do companheiro Evander.
"O Andrey é um segundo volante com característica de chegada. Ele é uma das gratas surpresas que temos. Talvez ele até passe na frente do Evander na chegada ao profissional, porque ele é rápido, tem disciplina tática. E é versátil, pode jogar como volante, no meio ou na lateral direita, dá opções ao treinador. A única característica questionável nele é a estatura, apesar de ele já se apresentar bem no jogo aéreo. Mas ele ainda é jovem", avaliou o treinador.
Outro atleta de destaque da Seleção sub-17 é o meia Matheus Pereira, do Corinthians, clube pelo qual fez a pré-temporada de 2015 ao lado do elenco profissional. Considerado o melhor jogador do Nike Friendlies, torneio amistoso conquistado pelo time de base canarinho nos Estados Unidos em 2014, o atleta já mostra personalidade, e garante que a pressão da torcida, seja com a camisa do Brasil ou do Timão, não o assusta.
"A pressão (na Seleção e no Corinthians) é a mesma, mas a gente já está acostumado. Até gosto de jogar um pouco com pressão, porque assim a gente não se acomoda, a gente dá sempre o nosso máximo. Então acho que a pressão é uma coisa boa, também ajuda a gente a evoluir no começo da nossa carreira", avalia o meia.
Já o lateral esquerdo Caíque defende as cores do São Paulo, clube que tem tido dificuldades nos últimos anos para definir os titulares absolutos das beiradas do campo. Tímido, o jovem de 16 anos sonha em suprir a carência que existe na lateral esquerda tricolor, atualmente ocupada por Carlinhos, mas que já teve recentemente nomes como o uruguaio Álvaro Pereira, Reinaldo e o argentino Clemente Rodríguez, e nenhum deles conseguiu se firmar absolutamente na posição.
"Venho trabalhando forte na base, para chega no profissional bem para conquistar meu lugar lá, e quem sabe ganhar títulos, suprindo essa carência que tem lá no São Paulo", declarou o jogador.
O técnico Caio Zanardi, no entanto, ressalta que os jogadores ainda são jovens e têm um longo caminho até se formarem plenamente como atletas. "É uma fase de transição, em que temos que ter paciência, porque eles ainda vão cometer erros de sub-16. O clube tem que continuar trabalhando, não pode julgar os erros como de maus jogadores. E aí, passo a passo, vão crescendo e vão se tornar profissionais de alto nível", finalizou o comandante.
Fonte: Gazeta Esportiva
