Há testemunhas.
A pelada do sujeito conhecido como Lucio Polícia corria solta na noite daquela terça-feira qualquer no final de 2001 no campo do Confiança, ao lado da quadra do Salgueiro, no Andaraí.
Na ponta-esquerda, Romário pedia ao goleiro para lançar a bola longa nas costas do magrinho que ocupava a lateral-direita adversária.
Mal sabia que o desconhecido em questão tinha velocidade e destreza, recursos que logo despertaram a curiosidade do Baixinho.
Já no intervalo, Romário descobriu que o lateral era atleta sem contrato com o Botafogo, já um tanto desmotivado depois de passagens mal sucedidas por clubes da Bélgica e Holanda _ respectivamente, Beerschoot AC e Ado Den Haag.
Na resenha do pós-jogo, a sondagem e um convite para integrar o elenco vascaíno dirigido pelo técnico Evaristo de Macedo, em São Januário.
Leo Moura fez sua estreia no Vasco nos 3 a 3 com a Ponte Preta pela Copa do Brasil de 2002, em São Januário, e decolou para sua triunfante carreira.
Palmeiras, São Paulo, Fluminense, Sporting de Braga e Flamengo. Nada foi igual a vestir a camisa vermelha e preta do coração.
Do ídolo Zico.
Da infância sonhadora.
Com ela, fez 518 jogos nos últimos dez anos, marca reservada para poucos nos dias de hoje.
Recentemente, escrevi que Leo Moura deveria ter a chance de jogar mais este Estadual pelo Flamengo até mesmo para que os torcedores dos quatro grandes do Rio pudessem contemplar sua dedicação ao clube amado.
Craque, pode nunca ter sido. Mas poucos nos últimos 15 anos foram tão laterais direitos como Leonardo Moura: eficiente nos cruzamentos, eficaz no apoio ao ataque e intenso durante os noventa minutos.
Já sem o fôlego de antes, despede-se hoje do futebol de competitividade.
Vai se exibir numa das ligas norte-americanas, deixando saudades nos que se acostumaram a tê-lo como referência em meio aos nômades do futebol de hoje.
Fonte: Blog Futebol Coisa & Tal - Extra Online