Lei Estadual que prevê cadastro de torcidas organizadas no Rio é desrespeitada

Quinta-feira, 26/02/2015 - 17:36
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O episódio que resultou na prisão de 99 vândalos vascaínos e tricolores poderia ser evitado com o simples cumprimento da norma vigente. Desde dezembro de 2013, uma lei estadual prevê que todas as torcidas organizadas sejam registradas por um órgão a ser indicado pelo Poder Público.

A partir daí, um cadastro de todos os integrantes deveria ser registrado. Com as informações em mãos, as autoridades poderiam pedir o banimento destas facções em casos de morte ou lesão corporal considerada gravíssima. Em ocorrências mais “leves”, bandeiras, instrumentos, camisas e sinalizadores seriam proibidos temporariamente.

Embora em vigor, a lei, contudo, nunca foi aplicada. Co-autor da medida (ao lado de Gilberto Palmares), o deputado estadual Luiz Paulo (PSDB) admite não saber se este cadastro já foi efetuado.

— Eu tenho a impressão de que nada foi feito, vou fazer um Requerimento de Informação para o governo cobrando uma explicação. Para ser efetuada, alguém tem de cumprir a alei. Se não, é apenas um esforço que não sai do papel — disse o parlamentar.

Em âmbito nacional, o cerco à ação criminosa de facções organizadas também emperra na lentidão e na burocracia. Lançado em 2009 para servir ao Estatuto do Torcedor, o Torcida Legal, que assegurava compra de equipamentos de vigilância dos estádios dos clubes das Séries A e B, e a o cadastro biométrico dos membros de torcidas, está longe de ser realidade. Até hoje, nenhuma destas medidas foi efetivada pelo Ministério do Esporte.

Por ora, parte da conta é dos clubes. Na quarta-feira, o Botafogo contabilizou prejuízos pela destruição de 60 cadeiras por torcedores de Vasco e Fluminense. A dupla terá de pagar R$ 8 mil para cobrir os estragos no Nilton Santos.

Fonte: Extra Online