Os lados envolvidos na confusão generalizada com torcedores do Vasco e do Fluminense falam línguas totalmente diferentes. De acordo com o tenente-coronel João Fiorentini, comandante do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (GEPE), havia policiais nas duas passarelas da Rua 24 de Maio, no Méier, e que a medida, de caráter preventivo, seria uma forma de conter eventuais brigas.
Na versão de Jonathan Fernandes, diretor da torcida vascaína, teria sido justamente a ausência de policiais o estopim para que o confronto tivesse início.
— Combinamos de ter policiais nas duas passarelas para que não houvesse contato entre nós, mas não havia ninguém. A torcida do Fluminense invadiu a praça do Méier e só nos restou nos defender — disse Fernandes.
Inicialmente, a ideia era de que as torcidas caminhassem juntas, mas cada uma em um lado da linha do trem. Para Fiorentini, a sugestão não teria como funcionar:
— Eu não acreditei que iria dar certo. Quando 500 ou 600 querem brigar torna-se inviável. Eu não dei voto de confiança nenhum, apenas fiz o meu trabalho.
O cerco segue apertando contra os brigões. Na terça, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) informou que ingressará com ação civil pública requerendo a suspensão das organizadas envolvidas no tumulto, a proibição da venda de material das facções e o impedimento de entrada nos jogos dos torcedores identificados.
Em nota em seu perfil em uma rede social, a Young Flu iniciou uma campanha de arrecadação de fundos para custear os gastos dos detidos. O grupo classificou as prisões como arbitrárias e disse que a opinião pública se voltou contra pessoas inocentes.
— Todos os 99 detidos são membros das torcidas organizadas. A solução é a cadeia — afirmou João Fiorentini.
Fonte: Extra Online