Um ano e 3 meses após briga em Joinville, organizadas de Vasco e Atlético-PR farão reunião em SP na próxima 3ª

Sexta-feira, 20/02/2015 - 12:26
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Um ano e quatro meses depois, os protagonistas de uma das cenas mais lamentáveis do futebol brasileiro ficarão novamente frente a frente. Membros das organizadas de Vasco e Atlético-PR que se enfrentaram no dia 8 de dezembro de 2013, em Joinville, têm encontro marcado na próxima terça-feira, às 14h, em São Paulo. O objetivo: evitar que novos conflitos aumentem ainda mais as punições que sofreram depois da briga, que deixou quatro torcedores feridos.

A reunião está sendo intermediada pela Associação Nacional das Torcidas Organizadas (Anatorg). A iniciativa começou a ser discutida no fim do ano passado, com o retorno do Vasco à Série A. Este ano, os dois clubes se enfrentarão pelo Brasileiro, em Curitiba e no Rio. Penalizadas institucionalmente e com alguns de seus membros sendo alvos de processos criminais, as organizadas tentam evitar novos conflitos e, consequentemente, um martelo mais pesado da Justiça em relação aos processos que já estão em andamento.

- Não foi tão difícil organizar esse encontro. Foi algo sinalizado pelas duas torcidas - disse André Azevedo, presidente da Anatorg. - Qualquer problema que ocorrer novamente, vai trazer mais problemas. Nosso trabalho é tentar conscientizá-las a respeito disso. Como diz o ditado, quando não se aprende no amor, se aprende na dor. Eles estão aprendendo na dor.

De acordo com Azevedo, que também é presidente de um torcida organizada do São Paulo, quatro integrantes de cada torcida participarão da reunião marcada para acontecer na capital paulista justamente por ser um “território neutro” para paranaenses e cariocas.

Os membros do encontro não foram escolhidos por acaso. Estarão frente a frente participantes do conflito em Joinville que estão na mira da Justiça. O clima, ao que parece, será de paz. Com o filme cada vez mais queimado, é o mínimo que podem fazer.

- O que aconteceu não vai se apagar. Não negamos a nossa parcela de culpa, mas há outros culpados que se omitem e jogam todo o peso sobre o lado mais fraco, que é o da torcida organizada - defende André Azevedo.

Associação sofre para furar barreiras impostas pela rivalidade

Essa é justamente uma das funções que a Anatorg assume. A outra é representar as torcidas afiliadas no meio externo. Atualmente, 50 torcidas estão ligadas à Associação. O discurso é de incentivo ao diálogo entre grupos tradicionalmente rivais.

Em Minas Gerais, um encontro entre líderes das principais organizadas de Atlético-MG e Cruzeiro, que possuem vasto histórico de conflitos, foi um vitória conquistada pela Anatorg, garante Azevedo. Em São Paulo, porém, a rivalidade ainda é uma barreira para que as diferenças possam ser melhor administradas. A principal organizada do Palmeiras se recusa a fazer parte do grupo por causa da presença de integrantes da maior facção corintiana na diretoria da associação.

- Na cidade de São Paulo é onde encontramos mais problemas. Temos diálogo com as diretorias das organizadas de Santos e Palmeiras, mas por causa da rivalidade, da vaidade, eles preferem ficar fora do movimento - afirmou.

Fonte: Extra Online