Presença praticamente fixa no Carnaval do Rio, Edmundo viu os dois dias de desfile na Sapucaí. Passava de três da manhã quando o ex-jogador e comentarista da Band falou à coluna sobre a possibilidade de, como Romário, entrar na política.
Folha - Pensa em entrar para a política?
Edmundo - Muita gente pede. Não sou político. Sou do povo. Eu sou pró-povo. E contra a burguesia. Então não posso ser político. Preciso ganhar o meu salário.
Os políticos trabalham pela burguesia?
Ah, 100%! Eu sou bem-sucedido. Mas eu tenho uma família. Cem pessoas da minha família são assalariadas. E eu penso neles. Eu não posso pensar em mim. Eu tô bem. Só que a gente vive num país que tem sol, Carnaval, festa. Vai acabar o Carnaval e vai começar a Páscoa! Aí depois vem Dia das Mães. E o pobre continua fodido.
Você na política seria como?
Eu nunca vou ser igual a elas [pessoas que estão no poder]. Vou ser verdadeiro, polêmico. Mais até do que quando eu joguei. A política precisa de gente boa. Romário [senador] é bom. Não que eu seja a pessoa mais fantástica do mundo. Tenho meus problemas. Mas amo o país. Conheço um monte de gente que quer morar em outro lugar. Eu não sou candidato mas quero melhorar o Brasil.
A última eleição foi acirrada.
Há um sentimento de mudança. É claro que a mudança tá vindo. [É puxado por amigos pelo braço para desfilar na escola de samba Salgueiro] Diz que sou Aécio!
Fonte: Coluna Mônica Bergamo - Folha de S. Paulo