Segundo o último Censo do IBGE, o de 2010, quase 46 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência. É praticamente um quarto da população. No ano que vem, eles vão ser representados por 270 atletas nos Jogos Paralímpicos, no Rio. Mas alguns desses atletas querem mais.
É um gerador de sensações. E o símbolo dos Jogos Paralímpicos 2016. Ele vibra, tem cores marcantes, se faz ouvir para que pessoas com qualquer tipo de deficiência possam desfrutar dele. Esse som, que é possível ouvir no vídeo acima, de coração pulsando, tem tudo a ver com o que se enxerga por lá.
Até as Olimpíadas, serão 1.800. Hoje, já são mil profissionais no comitê organizador. Bombando, pulsando. Mas com tempo, claro, para a conversa, o papo, que, no caso desses mostrados no vídeo, é sempre resenha esportiva.
Dezessete atletas paralímpicos trabalham na organização dos jogos. E mais do que iniciar uma transição da carreira esportiva para a corporativa, eles estão lá, cada um com sua história, para trabalhar e orientar.
“Eles trazem pra gente uma visão, que é a visão do principal cliente dos jogos, que são os atletas”, afirma a gerente Integração Paralímpica Mariana Vieira de Melo.
E fazem mais do que isso. “Eles trazem pra gente esses valores da coragem, da determinação, inspiram a gente todos os dias”, conta Mariana.
Em um setor, a planilha é de agosto de 2016, o mês das Olimpíadas. Onde eles trabalham?
“Na área de transportes e frotas”, diz o levantador vôlei sentado Guilherme Borrajo. Vem das ruas a história que acabou com a carreira de um ex-lutador de taekwondo. “Fui oito vezes campeão estadual, duas vezes campeão nacional”, conta Guilherme.
Guilherme teve a perna direita amputada em um acidente. “Foi numa saída num jogo no Maracanã, uma confusão entre torcidas”, lembra o jogador. Tentou subir em um ônibus em movimento, caiu e foi atropelado. “Isso foi em 2001, eu tinha 18 anos”, diz Guilherme.
Seguiu fiel ao antigo companheiro de todos os dias: o esporte. “Parece que eu nasci de novo”, afirma Guilherme.
Jogador do Vasco, titular da Seleção Brasileira de vôlei sentado. “Eu jogo de levantador e líbero, eu sou jogador de armação e defesa. Nós vamos vir como favoritos ao ouro, somos os atuais vice-campeões mundiais. Vivo disso e sou um orgulho pra minha família e para os meus amigos, então eu estou muito feliz”, conta Guilherme.
Ralando no comitê, ralando na quadra, bombando, pulsando.
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Fonte: Jornal Nacional - G1 (texto), Reprodução TV (foto)