Conflito que perdura desde o ano passado, o racha entre a "Força Jovem", principal organizada do Vasco, causa cada vez mais preocupação não só aos torcedores comuns do Cruzmaltino como também às autoridades. Quem compareceu ao jogo desta quarta-feira, contra o Madureira, em São Januário, percebeu um clima cada vez mais hostil entre os grupos. Para o comandante do Grupamento Especial de Policiamento em Estádio (Gepe), tenente-coronel João Fiorentini, a situação está próxima de fugir do controle.
"Está cada vez pior. Em breve vai acontecer um confronto generalizado e eu não vou conseguir evitar", disse com sinceridade o comandante ao UOL Esporte.
Nesta quarta, novamente os grupos tiveram que ficar isolados por um cordão de isolamento feito pela Polícia Militar. Durante o intervalo, o clima esquentou e cantos de violência foram entoados de ambos os lados, com os grupos se provocando. Em dado momento, o policiamento teve de intervir para evitar que o clima ficasse ainda mais quente.
O curioso é que, oficialmente, a "Força Jovem" está suspensa dos estádios brasileiros pelo Ministério Público. Inicialmente, o gancho estava válido até o início de janeiro por conta da barbárie em dezembro de 2013 na Arena Joinville, em partida contra o Atlético-PR. A organizada, no entanto, acabou sendo punida novamente acumulando mais seis meses em função de um novo confronto, desta vez na final do Campeonato Carioca do ano passado, contra o Flamengo. Deste modo, até julho eles não poderão comparecer uniformizados, com instrumentos de bateria e nem com bandeiras e faixas.
Fiorentini informou que já promoveu uma reunião com o presidente do Vasco, Eurico Miranda, para tratar do assunto.
"Expus a situação ao presidente eleito e ele disse que, dentro de suas limitações, ia tentar colaborar", declarou.
Ano passado, os dois grupos chegaram às vias de fato em alguns jogos do Vasco no Campeonato Brasileiro da Série B. O confronto mais violento, no entanto, aconteceu nas ruas do bairro da Tijuca, na Zona Norte do Rio, durante um fórum da chapa de Eurico, então candidato à presidência. Na ocasião, uma briga generalizada ocorreu quando os grupos se encontraram, o que gerou tiros e até facadas.
O comandante do Gepe lembra que até mesmo um jogo do Cruzmaltino foi transferido de local por conta da divisão na FJV.
"Esse racha, inclusive, já fez com que a gente fizesse uma solicitação de alteração de local de São Januário para o Maracanã por razões de segurança. Era o último jogo antes da eleição do clube", disse Fiorentini, lembrando do duelo entre Vasco e ABC, no dia 8 de novembro, pela Série B.
A maioria dos vândalos envolvidos na briga em Joinville teve suas investigações suspensas por falta de provas. Alguns deles, porém, ainda precisam cumprir medidas judiciais, como por exemplo, comparecer à delegacia durante as partidas do Cruzmaltino.
Fonte: UOL