Ao que tudo indica, os próximos anos serão de voz ativa do presidente do Vasco, Eurico Miranda, na Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj). Na polêmica instaurada em relação aos preços dos ingressos para o Campeonato Carioca de 2015, ficou evidente o poder político que o dirigente tem na entidade e sobre os clubes de menor investimento.
Sua influência tem como primeiro ponto o fato de ter sido o próprio cartola o responsável por sugerir tais valores dos bilhetes para o Estadual, algo que foi colocado em votação no Conselho Arbitral e aprovado pela maioria.
Na reunião desta sexta-feira, que culminou com acusações do presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, de que teria sido ofendido pessoalmente pelo presidente da Ferj, Rubens Lopes, foi o vascaíno que tomou a palavra para reproduzir em voz alta a nota oficial emitida pelo Rubro-Negro e pelo Fluminense repudiando mais uma vez as medidas adotas para a competição.
Não bastasse isso, tão logo terminou o encontro, comandou uma entrevista coletiva onde se sentou na cadeira da presidência da federação, rodeado pelo vice-presidente do Botafogo, Antônio Carlos Mantuano, e pelos demais representantes dos clubes de menor investimento.
"Vamos ler uma nota oficial aqui e depois eu abro para as perguntas", iniciou, se referindo ao documento que repudiava a posição da dupla Fla-Flu.
Após a leitura, ele mostrou-se íntimo dentro da sede da entidade.
"Quem é que vai conduzir isso aqui (a coletiva)? É você, Saulo? Então conduz", disse, ordenado ao assessor de imprensa da Ferj.
Questionado da não presença de Rubens Lopes na coletiva, Eurico Miranda respondeu em nome de todos:
"Quem está aqui é o Conselho Arbitral, e é ele quem decide. O presidente da federação preside, mas não vota".
Também partiu de Eurico a explicação da maneira como havia sido definida a fórmula de disputa do Campeonato Carioca para 2016 e 2017, dando espaço para que o mesmo enaltecesse o Estadual.
"É a melhor competição que se tem neste país. Qualidade técnica é uma coisa a parte. Mas é a mais rentável", opinou.
Por fim, ainda sobrou espaço para bater de frente com o consórcio que administra o Maracanã, reafirmando que não utilizará o estádio caso a postura seja mantida.
"O Vasco jogou a última partida da Série B exclusivamente com sua torcida no Maracanã, o que deu uma renda de R$ 1,6 milhão, restando somente R$ 400 mil para o Vasco. Acho que isso responde porque o Vasco não jogará no Maracanã. Para jogar lá, o Maracanã vai dizer: 'custa tanto'. E aí eu resolvo se jogo ou não", enfatizou.
Eurico Miranda e Rubens Lopes são amigos de longa data e o presidente da Ferj esteve presente tanto na eleição quanto na cerimônia de posse do cartola no Vasco. O mandatário cruzmaltino também nutre amizade com José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, dirigentes da CBF.
Fonte: UOL