MP pede explicações à FFERJ sobre preços dos ingressos para o Estadual

Quarta-feira, 28/01/2015 - 10:53
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O Campeonato Carioca terá início no próximo sábado com preços promocionais, mas com promessa de muita confusão pela frente. Em reunião com a participação dos clubes na Federação de Futebol do Rio (Ferj), ontem, ficou mantida a decisão do arbitral anterior, ratificando a prática de valores de meia-entrada para todos os torcedores.

A intromissão do consórcio Maracanã — que assinou manifesto semana passada, ao lado de Flamengo e Fluminense, opondo-se aos ingressos promocionais — foi considerada o grande entrave para um acordo que desse aos clubes liberdade de praticar seus preços. Com custo operacional alto, o palco da final da Copa do Mundo se torna pouco atrativo a promoções, sobretudo para os que têm contrato com a concessionária o estádio — Flamengo e Fluminense.

Para piorar, o Tricolor reduziu ontem as chances de entendimento, só possível em caso de unanimidade, ao emitir nota durante o Arbitral, com ironias e acusações à Ferj.

— Eu não dou unanimidade para qualquer mudança enquanto o consórcio não vier a público esclarecer que entrou de maneira indevida. Se houvesse por parte do Maracanã a retratação, poderíamos evoluir. Estava caminhando, quando aparece outra nota, que ele assinava com o Fluminense. (O Maracanã) É um elemento que muitos entendem que é importante, mas que para nós traz um fator complicador. Nessa situação, o Vasco não joga no Maracanã, não se submete, — disse o presidente cruz-maltino Eurico Miranda, autor da ideia dos preços promocionais, sem estudo financeiro prévio.

O Flamengo adotou discurso conciliador. Mesmo tendo entrado com recurso na Ferj contra os valores tabelados, o clube não descartou deixar de jogar no Maracanã ou buscar outras instâncias para mudar a decisão do Arbitral.

— O Flamengo tem esperança de que as decisões possam ser mudadas. Já senti uma ressonância boa em alguns clubes pequenos — disse o presidente Eduardo Bandeira de Mello. Ele negou a participação do Flamengo na nota divulgada pelo Fluminense e evitou críticas ao consórcio, do qual é refém por contrato, mas sem descartar alternativas. — Se jogar no Maracanã for oneroso, vamos considerar outros estádios. Podemos seguir o caminho do tribunal e do STJD.

MP pede explicações

Hoje, o Ministério Público se reúne com a Federação de Futebol do Rio para entender como funcionaria a cobrança de ingressos promocionais no Estadual. Amanhã, uma nova reunião entre os presidentes dos clubes começa a pensar no Carioca de 2016, com a possível redução do número de participantes e o aumento do de rebaixados.

No clima de “cada um por si”, o encontro de ontem deu poucas esperança de que alguma alteração aconteça ainda para este ano. No fim da reunião, novas provocações foram ouvidas, especialmente partindo do presidente do Vasco, Eurico Miranda, ao rival Flamengo.

— O Ministério Público virá se inteirar mas não sei qual é a instituição, a pessoa, que pode se insurgir contra ter ingresso mais barato. Só isso. Sou contra a elitização do futebol. Vejo que o clube do povo que é o Flamengo quer jogar com o ingresso lá em cima. O preço do ingresso é abusivo — atacou Eurico.

O presidente do Flamengo, mais uma vez, se manteve sereno e não entrou no clima de provocação, mas deu sua resposta.

— Nunca pedimos ingressos caros. Flamengo é o clube da massa, a massa gostaria de pagar mais barato, mas sabe fazer conta, não é irresponsável, e não gostaria que tivéssemos problemas financeiros — respondeu.

A participação dos representantes de Botafogo e Fluminense ficou em segundo plano. O presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, informou que o clube vai abrir conversas para tornar o Engenhão uma alternativa ao Maracanã, mas a capacidade atual de 20 mil torcedores dificulta os clássicos no local. Assim, o clube deseja jogar contra os grandes no Maracanã e vai abrir o diálogo:

— Com 20 mil lugares fica um estádio de pequeno porte para um clássico, mas estará disponível e estaremos abertos a estudar as alternativas.

O vice jurídico do Fluminense, Carlos Eduardo Cardozo, apenas referendou a nota divulgada pelo clube, não respondeu aos questionamentos e saiu constrangido da Ferj.

Fonte: Extra Online