Adepto do tradicional, o presidente do Vasco, Eurico Miranda, estuda ir na contramão de uma tendência atual do futebol: a numeração fixa dos jogadores. Mais do que isso, ele avalia repetir a homenagem feita a Romário em 2007, quando aposentou a camisa 11 após o Baixinho marcar seu milésimo gol pelo clube.
A vontade, porém, esbarra na atitude que o próprio ex-atacante tomou em 2008, quando ligou para Eurico, que é seu amigo pessoal, agradeceu o gesto, mas enfatizou que estava devolvendo-a. O contato aconteceu no mesmo período em que o cartola deixava a presidência do clube para a entrada de Roberto Dinamite, um desafeto do craque.
Já em relação à numeração tradicional, um indício de que isso pode mesmo acontecer foi o jogo da última quarta-feira, contra o Flamengo, válido pelo torneio Super Series, quando o Cruzmaltino entrou em campo com os jogadores vestindo de 1 a 11, situação clássica até meados dos anos 90. O Rubro-Negro, por exemplo, já atuou com números fixos que serão usados por toda a temporada. Na ocasião, o colombiano Montoya vestiu a mística camisa de Romário.
O departamento de marketing do Vasco, no entanto, é a favor da tendência atual, com os atletas escolhendo seus números, pois em seu entendimento, isto cria uma identidade maior ao atleta e ajuda na questão comercial. E é com este argumento que há uma tentativa de convencer o mandatário.
De acordo com o regulamento geral das competição da CBF para 2015, em seu artigo 26, parágrafo 2º "Os atletas serão identificados através de numeração de 1 a 23, sendo destinados os números de 1 a 11 para os que iniciarem a partida e os números de 12 a 23 para os substitutos".
Já o parágrafo 3º é destinado à numeração fixa: "Um clube poderá utilizar numeração fixa para os seus atletas na competição, se assim desejar, desde que encaminhe comunicação expressa nesse sentido à DCO".
O 4º ainda abre espaço para o caso de numerações provisórias, como nas situações, por exemplo, de ações comemorativas (jogador completando 100 partidas pelo clube): "A utilização de numeração especial, com números fora do intervalo 1 a 23, em casos não permanentes, dependerá de formal e prévio encaminhamento à DCO".
Filho de Romário não quer vestir a 11
De volta ao Vasco em função da relação entre seu pai e o presidente Eurico Miranda, Romarinho, filho do Baixinho, deixou claro em sua apresentação que não tem o desejo de vestir a 11. O atacante revelou que tem preferência pela 17, camisa que atuou pelo Brasiliense, clube que defendeu entre 2012 e 2014.
Além de aposentar a camisa 11 em 2007, Eurico homenageou Romário colocando uma estátua do craque atrás da baliza onde ele marcou seu milésimo gol em São Januário.
Fonte: UOL