No Brasil há pouco mais de um ano, Martín Silva se tornou fã de feijão e acabou com a carência de bons goleiros no Vasco. Ídolo dos torcedores, o uruguaio agora espera ir além e conquistar títulos. Entre outros assunto, ele também avaliou o atual grupo e garantiu já ter superado a perda do título estadual de 2014.
O DIA: Mesmo com propostas de outros clubes, você decidiu continuar no Vasco. O que foi determinante para a sua escolha?
MARTÍN SILVA : O desafio de jogar a Série A do Brasileiro. Cheguei com a missão de ajudar o clube a voltar para a elite e não podia sair agora. Estou muito feliz de jogar no Vasco e de estar no Rio. Soube de alguns interesses, mas não houve proposta oficial. Deixei claro que não queria sair.
A perda do título estadual do ano passado com um gol irregular do Flamengo no fim ainda está entalada?
Procuro não pensar mais naquele jogo. Mas a lembrança volta quando estamos prestes a disputar a competição de novo. Foi injusto. No meu caso, era o primeiro campeonato pelo Vasco e dar o título após 11 anos ia ser muito importante. Coisas do futebol.
E onde esse grupo do Vasco pode chegar?
Ainda é muito cedo para fazer essa avaliação. Quando passarem três ou quatro jogos, podemos ver se o time vai ter chances de disputar títulos, que é o que eu busco este ano.
O que você achou das vaias da torcida após o empate por 1 a 1 com o Icasa, no jogo do acesso à Série A?
Se estivesse com eles, eu também teria vaiado. Quase perdemos no último lance. Saí do estádio e não acreditava. Mas não foi uma surpresa. O Vasco atuou em muitos jogos do mesmo jeito. Por sorte conseguimos subir, mas também ficamos chateados.
Ano passado, sua filha, Pilar, nasceu com problemas respiratórios. Como foi conciliar o problema familiar e o Vasco?
Foi muito difícil, mas o Vasco me respaldou e me fortaleceu. Todos me deixaram à vontade para ir ao Uruguai (a menina ficou internada em um hospital de Montevidéu) e voltar com tranquilo. Ela até hoje precisa de tratamento especial, mas agora está bem.
Vamos lembrar um pouco da Copa do Mundo. O gol marcado por James Rodríguez sobre o Uruguai, sua seleção, mereceu ser eleito o mais bonito do ano?
Foi um gol marcado em uma Copa e numa fase decisiva. Foi um gol de craque, mas não sei se foi o mais bonito. Tiveram outros, como o do Van Persie, por exemplo.
O que você achou da mordida de Suárez e a punição que ele levou da Fifa?
Suárez teve certa responsabilidade pelo que aconteceu. Emocionalmente, se perdeu durante um segundo, cometeu esse erro, mas pagou muito caro. Sofreu críticas e uma punição muito severas. Tudo sem cabimento. Não permitiram que ele trabalhasse, nem o deixaram chegar perto dos estádios de futebol. Isso foi muito duro e o que mais mexeu com o grupo.
A saída dele foi determinante para a derrota e eliminação no jogo seguinte?
O Brasil teria passado pela Alemanha se o Neymar estivesse em campo? Não dá para saber. É a mesma coisa. Nós sabemos que o Suárez é o melhor jogador que temos e que poderia ter sido diferente, mas é tarde para avaliarmos isso. É um novo ano e quero ir bem com o Vasco para, na seleção, poder ajudar o meu país a disputar mais uma Copa.
Fonte: O Dia