Polícia aponta problemas nos estádios dos clubes pequenos do Estadual

Terça-feira, 13/01/2015 - 22:47
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As condições de segurança nos estádios de menor porte do Rio receberam cartão amarelo do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) da Polícia Militar. As vistorias nos campos nos quais jogarão como mandantes os clubes pequenos contra os grandes terminaram nesta segunda-feira e a maioria será aprovada com restrição. Na pior das hipóteses, os jogos de times pequenos com Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco serão transferidos. As deficiências encontradas pela PM são as mesmas apontadas há um ano, no Estadual de 2014, e obrigarão um maior deslocamento do efetivo de policiais das ruas para dentro dos estádios para impedir possíveis atos de violência.

As restrições da PM serão enviadas à Federação de Futebol (Ferj) até o dia 15, quinta-feira, quando acontecerá o arbitral do campeonato. No informativo dos laudos disponível no site da Ferj, nenhum estádio teve o documento de segurança liberado por enquanto. E a maioria está com o Laudo de Proteção Contra Incêndios (LPCE) vencida ou com a data de validade prestes a vencer. Desta maneira, os jogos dos quatro grandes contra os pequenos acontecerão em estádios com restrições nas primeiras rodadas. Ou serão transferidos em negociação política entre os dirigentes a ser definida no arbitral.

— Todo ano é a mesma coisa: os clubes não se preparam. A maioria nem tem laudo dos Bombeiros... Eles têm que ser organizar melhor para o início do campeonato — disse ao GLOBO o subcomandante do Gepe, major Sílvio Luiz, preocupado com a transferência de efetivo para os estádios nos meses de verão e durante o Carnaval, quando a cidade mais precisa de policiamento nas ruas:

— Acaba criando uma demanda de maior policiamento dentro destes estádios, o que poderia ser evitado com simples medidas que são apontadas pelo Gepe a cada ano. Mas, em 12 meses, nada foi feito.

Entulho e alambrado baixo

Nas vistorias realizadas pelo efetivo do Gepe, estádios tradicionais, como Conselheiro Galvão, do Madureira, e Moça Bonita, do Bangu, foram apontados como exemplos que necessitam de um maior cuidado em relação à segurança. Na tabela da Taça Guanabara, primeiro turno do Carioca, a Federação não estabeleceu jogos de times grandes em Madureira (a tabela diz "a definir*"), mas marcou partidas de Fluminense e Botafogo no estádio do Bangu.

— Encontramos entulhos no entorno e até dentro do estádios. São objetos perigosos. Outra restrição é em relação ao alambrado. Recomendamos uma altura de dois metros, mas encontramos alambrados de 1,5 metro. Isto nos obriga a ter mais policiais nos estádios — declarou o Major Sílvio.

Apesar de não ter os laudos de Vigilância Sanitária, Segurança e Bombeiros, O estádio do Nova Iguaçu, o Laranjão (Jânio de Moraes), está apto a receber jogos do time da casa contra pequenos. Mas ainda é uma incógnita a partida com o Flamengo, marcada para o dia 8 de abril. Da mesma maneira, a Ferj ainda não pode habilitar para o estádio o Bonsucesso o jogo com o Flamengo, em 28 ou 29 de março. O estádio do Bonsucesso, o Leônidas da Silva, não tem laudos da Vigilância Sanitária, PM e Bombeiros.

— Depois, perguntam qual o motivo de não liberarmos jogos de grandes nestes estádios — critica o major.

O Gepe destina mais de 200 policiais somente para os jogos de futebol, que não têm registro de grandes incidentes dentro dos estádios há três anos. O entorno, no entanto, ainda é problema e o deslocamento do efetivo para as ruas esbarra no problema descrito pelo major Sílvio. O “cobertor curto” obriga a PM a investir na vigilância e ações de inteligência para conter as investidas das torcidas organizadas:

— Vamos continuar com o trabalho de prevenção. Monitoramos as organizadas sempre, até mesmo agora, sem campeonato. Há três Cariocas não temos incidentes e esperamos que continue assim.

O GLOBO procurou a Federação de Futebol através de sua assessoria de imprensa, mas não obteve resposta.

Fonte: O Globo Online