Ao mesmo tempo em que o Rio de Janeiro se prepara para sediar as Olimpíadas, em 2016, o Estádio de Atletismo Célio de Barros, único específico deste esporte na cidade, completou ontem dois anos fechado, sem que atletas possam utilizá-lo. O seu futuro é incerto.
Na semana passada, o novo secretário Estadual de Esportes, Marco Antônio Cabral, declarou que a reforma do estádio só deverá terminar em 2018. A Casa Civil do governo estadual, responsável por fiscalizar o contrato com a Maracanã S.A., informou que o espaço do Célio de Barros será usado para abrigar estruturas temporárias durante as Olimpíadas (sem especificar quais) e que as obras só começarão após os Jogos. Segundo o órgão, a concessionária arcará com a obra, mas todo o contrato de concessão está sendo reavaliado pelo governo. Até uma nova licitação pode ocorrer.
Já desconfiada diante de tantas promessas não cumpridas, a técnica de atletismo do Vasco e presidente da Associação dos Atletas e Amigos do Célio de Barros (AACB), Solange Chagas, admitiu, pela primeira vez, que sua luta pela reabertura do local pode ser inútil.
— Antes, já haviam nos prometido reabrir o local em várias datas, mas nada foi feito. Pode mesmo acontecer de o Célio de Barros ser demolido e virar um estacionamento ou shopping. É o único estádio com acesso fácil para todos os atletas e com espaço para todas as provas de corridas, saltos, arremessos e lançamentos —lamentou. — Não acredito neste prazo de 2018 porque será o fim do governo, e a administração estadual vai empurrar para a seguinte, até poque as Olimpíadas já terão acontecido. Meu receio é que, após 2016, o estádio acabe. Mensalmente, treinavam ali cinco mil pessoas.
Na Copa do Mundo, o gramado e a pista foram destruídos, e o local foi coberto de cimento e pó de pedra, servindo de estacionamento. Como o Célio de Barros não será palco de eventos esportivos em 2016, o risco de desativação é grande, ao contrário do Júlio de Lamare, também no Maracanã, que sediará o polo aquático olímpico.
— Hoje (ontem), fizemos um treinamento e manifestação em frente ao Célio para lembrar que ele está fechado há dois anos. No dia 18 de janeiro, faremos a Corrida do Célio de Barros, pela reativação do estádio — adiantou Solange.
Fonte: O Globo Online