Depois de aprovarem o regulamento do Campeonato Estadual com a previsão de multa para críticas ao campeonato, os clubes preferiram não comentar oficialmente a repercussão da censura da Federação. Entre os quatro “grandes”, apenas o representante do Flamengo naquele arbitral, o advogado Michel Assef , então vice de relações externas, ironizou a decisão e disse que o presidente Rubens Lopes aprovou o artigo sem a concordância dos clubes.
— Isso é lixo. Não vale nada. Eu me recuso a votar em alguma coisa tão esdrúxula. Não tem valor legal. O Rubinho passa o rolo compressor e aprova tudo que ele quer — afirmou o advogado, dizendo que a medida fere a liberdade de expressão prevista em Constituição Federal.
As críticas do advogado não ganharam eco na diretoria rubro-negra. O departamento jurídico orientou que os dirigentes se calassem. O silêncio também imperou entre Botafogo, Fluminense e o Vasco, do presidente Eurico Miranda, aliado de Rubinho. O mandatário estava rindo ao lado de Assef no arbitral.
— No Vasco ninguém vai falar nada da Federação — declarou Eurico Miranda.
No Fluminense, a aprovação da multa se deu sob olhares de dois jovens advogados. Mas o clube também preferiu evitar o embate, assim como o vice de futebol do Botafogo, Antonio Carlos Mantuano. O presidente do Nova Iguaçu, Jânio Moraes, lembrou que a pena em caso de críticas não foi debatida em alto e bom som.
— Não foi argumentado, colocado de maneira clara, que era proibido falar, não houve ênfase sobre isso. Não sei de que maneira foi colocado, passou despercebido — informou o presidente.
Fonte: Extra