Com pelo menos uma dezena de contratações para o início da temporada 2015, Marcinho foi destacado como referência técnica da equipe do Vasco pelo presidente Eurico Miranda. Até a última segunda-feira, quando o grupo viajou para Pinheiral, foi o ex-jogador do Flamengo, do Vitória, do Cruzeiro e do Atlético-MG o único reforço apresentado oficialmente para os torcedores em coletiva de imprensa.
Apesar do destaque, Marcinho não pensa em número de camisa. Bernardo, que retorna ao clube, já pediu a 10, mas ele diz que não liga para isso. O meia-atacante de 30 anos uniu pensamentos quase sempre divergentes, entre Eurico e Juninho, antigo desafeto do presidente. O ex-jogador, hoje comentarista, chegou a recomendar a contratação do jogador nas transmissões de partidas em que Marcinho esteve em ação.
Orgulhoso dos elogios de Juninho, Marcinho lembra a convivência com o ex-jogador, os confrontos contra o ídolo vascaíno nos tempos de Catar – o novo reforço do Vasco atuou no time chamado Qatar S.C – e diz que vai procurá-lo para conhecer mais a história do clube e se ambientar mais ainda na sua chegada a São Januário.
- Soube dos elogios do Juninho para mim. Tive o prazer de não só jogar contra, mas também de sair com ele, conversar, bater papo. É uma grande pessoa, um grande jogador e quando os elogios vêm de boas pessoas assim, tem que acolher muito bem. Ainda não nos falamos desde que cheguei ao Vasco, mas vou ter prazer de conversar com ele, saber mais da história do Vasco. Andando por São Januário dá para ver a história dele e o carinho que as pessoas têm por ele – diz Marcinho.
Discurso afinado com o presidente
Pelo Flamengo, o paulista nascido em Irapuã Márcio José de Oliveira fez 37 jogos e marcou 18 gols, sendo um dos destaques do time na conquista do Campeonato Carioca de 2008. “Aliás, uma passagem muito boa” pelo rival, conforme palavras de Eurico na apresentação de Marcinho. O triangular em Manaus já serve para quebrar o gelo com os vascaínos e tentar, logo de cara, marcar contra o ex-time no Rio.
Numa lista de grandes jogadores que tiveram sucesso em São Januário e na Gávea – Tita, Bebeto, Petkovic, Romário, entre outros são somente alguns exemplos -, o novo jogador do Vasco se vê com características em comum para a inclusão nesse rol.
- Acho que essa lista mostra uma história de grandes jogadores, que têm, além de muita qualidade, personalidade. Sei que vou encontrar cobrança, mas estou me preparando para conquistar a torcida do Vasco – afirma ele, que tira da passagem por Atlético-MG e Cruzeiro, em outro exemplo de grande rivalidade regional, a receita para ganhar o torcedor vascaíno. – Sei que não se deve ficar falando o nome do rival, que tem que tomar cuidado com o que vai fazer fora de campo e tem que saber que vão ligar o que fiz em 2008 pelo rival com o que vou fazer agora no Vasco. Mas o mais importante é jogar bem, fazer gols e respeitar os clubes.
Depois de quase seis anos no Catar, Marcinho voltou ao país, mas não encontrou facilidades. Pelo Vitória, que terminou o Brasileiro entre os quatro rebaixados, foram quase 26 jogos e cinco gols. O jogador reconhece que o tempo fora do futebol brasileiro fez diferença, mas vê potencial para se terminar a readaptação em São Januário e decolar de novo no Rio.
No Catar, segundo palavras dele próprio, Marcinho aprendeu a ter mais disciplina, a respeitar os costumes e as religiões árabes e levou ensinamentos para a vida pessoal. Ainda acima do peso, depois de quase um mês de férias, ele acredita que vai estar em forma para enfrentar o Flamengo logo de cara, no clássico que abre o torneio Super Series, em Manaus, dia 21.
- Estou sonhando com esse jogo - diz ele, que pensa em fazer gols e agradece a confiança depositada pelo novo presidente do Vasco com frases que já parece ter aprendido com Eurico.
- O Vasco entra em qualquer disputa como artista principal. Não entra para ser coadjuvante.
Fonte: GloboEsporte.com
