Com a obtenção de Certidôes Negativas de Débito (CNDs), o Vasco está habilitado agora a buscar verbas públicas para tocar projetos de seus esportes olímpicos. De acordo com o vice-presidente de Quadra e Salão, Fernando Lima, um dos projetos a serem elaborados já tem endereço certo, o basquete. Para isso, o clube vai manifestar, na terça-feira, a intenção de disputar a Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB), ligada à entidade que organiza o Novo Basquete Brasil (NBB).
— O Vasco quer disputar a LDB (com atletas sub 22). Amanhã (nesta terça-feira) vou conversar com representantes do NBB aqui no Rio, para me informar sobre como funciona a LDB, para montar projeto e captar valores — declarou Lima.
A LDB 2014/2015 está sendo disputada por 24 equipes, quantidade superior à de participantes do NBB, com 16. Da LDB, fazem parte quatro times do Estado do Rio: Botafogo, Flamengo, Macaé e Tijuca. A LDB vem sendo o espaço para revelar talentos. Por isso, o dirigente vê na competição um espaço para o Vasco retomar as atividades no basquete em âmbito nacional:
— A LDB tem sido paralela ao NBB, começando em 2015 (no segundo semestre) e indo até 2016. No segundo semestre, pretendo disputar o Estadual e o NBB. Mas se neste ano não conseguirmos encaixar no orçamento de 2015 um time de NBB, vamos tentar em 2016, porque queremos fazer um projeto ambicioso de equipe para o NBB, não para ficar no meio da tabela, mas para brigar por título.
Segundo Lima, o clube espera obter verbas por meio de leis de incentivo federal e estadual (esta via Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o ICMS), por convênio com o Ministério do Esporte ou por meio da Confederação Brasileira de Clubes (CBC). Recentemente, graças à chamada nova Lei Pelé, a CBC, que tem direito a 0,5% da arrecadação de todas as loterias para incentivar projetos, firmou convênios com o Tijuca e o Flamengo. No caso, os clubes, já de posse das CNDs, têm de apresentar projetos ao Departamento Técnico da CBC, dirigido por Lars Grael, medalhista olímpico, e caso essas ideias sejam aprovadas, os convênios são firmados e as verbas liberadas para os clubes, com destinação exclusiva para esses projetos.
Lima afirmou que inicialmente, devido à difícil situação financeira, teve de extinguir as equipes de vôlei e manteve o futsal na base, até 13 anos. Um time adulto de futsal só poderá ser formado caso seja viabilizado um patrocínio específico, por meio de Carlos Gandola, assessor especial da presidência. As prioridades do clube, em relação às modalidades olímpicas, são o remo e o basquete, além das reformas do ginásio, via uma campanha de financiamento coletivo pela internet, e do parque aquático.
— Não há hipótese de a receita do futebol do clube bancar qualquer coisa do esporte olímpico, como ocorreu no fim dos anos 90. O clube necessita manter seus impostos em dia, para revalidar sempre periodicamente as CNDs, e assim obter as verbas. Os esportes olímpicos têm de ser autossustentáveis — encerrou Lima.
Ainda este mês, o Vasco vai lançar na internet, no site www.comecaki.com.br, uma campanha de crowdfunding (financiamento coletivo ou a popular vaquinha) denominada Herdeiros da Cruz de Malta, para arrecadar os R$ 170 mil necessários para a instalação do piso do ginásio principal de São Januário. O mesmo site já tocou projetos de Fluminense, Grêmio e Coritiba. As cotas irão variar entre R$ 10 e R$ 10 mil, e cada oferta terá recompensas diferenciadas para quem colaborar. A ideia é promover na reinauguração um amistoso de veteranos, com a participação de Charles Byrd, ala americano que fez parte do time vascaíno bicampeão brasileiro e bi da Liga Sul-Americana, no fim dos anos 90.
Fonte: O Globo Online