Juninho Paulista fez parte de um dos melhores times da história do Vasco. Entre 2000 e 2001, jogou em São Januário ao lado de outros grandes nomes, como Romário, Juninho Pernambucano, Viola e Euller e foi protagonista nas conquistas das Copas João Havelange e Mercosul, ambas em 2000. A saída ocorreu em 2002, quando trocou o Cruz-Maltino pelo rival Flamengo. O desligamento se deu principalmente pelos atrasos de salário, problema comum da gestão de Eurico Miranda na época.
Aposentado desde 2010, o ex-meia agora é o gestor de futebol do Ituano, atual campeão paulista. E a análise do dirigente sobre a volta de Eurico Miranda à presidência do Vasco é dura.
- Eu era jogador na época. Via muitas coisas erradas. Via prometendo coisas e não cumprindo. Não só comigo, mas praticamente com todo aquele grupo. Eram jogadores com seis meses de salários atrasados, Jorginho (ex-lateral) tinha mais de um ano de imagem atrasada. A minha imagem do Eurico é essa. Ele deu sorte, porque aqueles grupos, tanto o Vasco de 2000 como o de 1997 e 98, eram formados por jogadores excepcionais, jogadores com caráter impressionante. Mesmo sem receber, honravam o nome e a camisa do Vasco. Hoje, o Vasco não tem esse time. Se administrar da maneira que administrava antes, eu acredito que as coisas não vão sair da maneira que os torcedores estão esperando – disse o ex-jogador, durante sua participação no evento Sports Weekend, realizado no Clube Med Trancoso, na Bahia.
Pouco depois de eleito, Eurico disparou para todos os lados e antecipou uma briga com o Fluminense e com o Consórcio Maracanã. O novo presidente do Vasco avisou que "não há hipótese" de o time atuar no estádio sem que a torcida vascaína retorne para o lugar anterior à reforma do Maracanã: o lado direito das antigas tribunas de honra. Apesar de o Tricolor ter no contrato com o consórcio a garantia de que sua torcida ocupe o setor, a Ferj concorda com o mandatário vascaíno e, como detém o mando de campo nos jogos do Carioca, avisou que irá acatar o “pedido” de Eurico.
Na avaliação de Juninho Paulista, esse e outros episódios não cabem mais na gestão profissional do futebol.
- No grito não se ganha nada. Se ganha dentro de campo. Se não tiver bons jogadores, se não tiver boas condições de trabalho, se não honrar com o que fala, com aquilo que assina, não adianta. Nos bastidores, hoje, não se ganha mais no futebol. Mudou. Esse jeito de querer administrar de antigamente não existe mais. Tem câmeras por tudo quanto é lado, juízes mais preparados, tem que se ganhar dentro de campo.
O Vasco teve dificuldades para voltar à Série A e foi vaiado no jogo em que confirmou o acesso, no Maracanã. Juninho acredita que o 2015 não será dos mais fáceis em São Januário, mas torce para que o clube retome o caminho da reestruturação.
- Quando você pega uma séria B, enfrenta boas equipes, bem preparadas. O Vasco, com toda essa turbulência, ainda conseguiu subir. Não foi o esperado, mas conseguiu o objetivo. Ficou um ano e voltou, mas precisa se preparar melhor. Para uma Série A, precisa de um time melhor, de um time mais preparado para aguentar o nível da Série A também. Tende a ser um ano de recuperação, claro que com o cuidado de não brigar novamente para não cair. É ano para se manter na elite e ir se preparando para ter equipes melhores.
Fonte: GloboEsporte.com