Enquanto a temporada 2015 não começa, a diretoria do Vasco volta suas atenções também para o futuro do clube. E um dos desejos é contar novamente com o apoiador Matheus Índio, que está em litígio com o Cruz-Maltino desde o fim de 2013 - quando entrou na Justiça para rescindir o contrato unilateralmente. A esperança em São Januário é de que a boa relação do presidente Eurico Miranda e de seu filho Álvaro com o jogador de 18 anos ajude a resolver a negociação.
Índio iniciou sua passagem pelo Vasco aos sete anos no futebol de salão. Com nove, foi levado justamente por Álvaro para o futebol de campo. Ele seria uma das apostas do time que deve privilegiar a base ao menos no início de 2015. Guilherme Costa, meia dos juniores, também deve subir de vez para o profissional e ter mais chances no ano que vem. O primeiro contrato do apoiador com o clube foi assinado em 2012. O vínculo se encerraria no meio deste ano. Na ação do jogador contra o Vasco, havia uma cobrança de R$ 300 mil, além do não pagamento de tributos trabalhistas. Entre a batalha de liminares e recursos, ainda não há uma definição nos tribunais. Com as correções, o débito do clube com o jogador já estaria próximo de R$ 1 milhão, mas há a esperança de se diluir essa dívida nos salários a serem negociados por Índio no clube.
- Eu gostaria muito que o Índio voltasse, que todos os que saíram voltassem. Durante minha outra passagem pelo clube, planejei muitas coisas. Temos que ter mais estrutura na base, o Vasco tem muita tradição nessa área. Mas o retorno dele não depende apenas da minha vontade. São muitas coisas: empresário, parte financeira... Tenho amizade com a família dele, mantenho contato com o Índio. Se conseguirmos resolver, será ótimo. Hoje, por enquanto, não tem nada - frisou Álvaro Miranda, que forma com Isaias Tinoco e Nílson Gonçalves o trio responsável pela base do Vasco.
Em conversas recentes, Álvaro não escondeu de Índio que ainda sonha em vê-lo vestindo novamente a camisa do Vasco. Desde que deixou o clube, a promessa já passou por Penapolense e Santos, mas ainda não se destacou. Para viabilizar o retorno a São Januário, seria preciso chegar a um denominador comum com os empresários do atleta e com o Peixe, que não deve liberar facilmente o jovem. A esperança dos vascaínos é que a relação de Álvaro e Eurico facilite os termos da negociação.
- Já falei para o Índio: "Você vai estourar é no Vasco". Ele nasceu para jogar no Vasco. Chegou no clube muito jovem e eu mesmo já fui seu treinador. Tenho muita ligação com ele. Mas um possível retorno envolve mais do que a mera amizade. É muito dinheiro envolvido. Me parece que o Vasco não cumpriu o que prometeu a ele. Recentemente, vi um jogo do Santos contra o Vasco em São Januário e fiquei triste ao ver dois ou três caras vaiando o Índio, o chamando de mercenário. Falei para ele: "Você tem que mudar a sua imagem, você não é mercenário, quem deixou de cumprir foi a diretoria". Estamos conversando - frisou.
Fonte: GloboEsporte.com