Fernando Horta: 'Vai ter que ter uma gerência do estilo tijucano no Vasco'

Quinta-feira, 11/12/2014 - 18:36
comentário(s)

Desde o fim de novembro, Fernando Horta se divide entre a presidência da Unidos Tijuca e o Vasco da Gama. O dirigente ocupa no clube o cargo de vice após a vitória de Eurico Miranda na última eleição. Neste papo com a coluna no barracão da escola, na Cidade do Samba, Horta fala abertamente das suas duas paixões: carnaval e futebol.

Este ano, a escola optou por uma comissão com cinco carnavalescos. Por quê?

Não pode ter uma pessoa apenas responsável pelo carnaval. Será o meu modelo daqui para frente. Mesmo se não der certo, não vou mudar. Até porque, se o Paulo voltar um dia, ele terá que entrar nesse modelo. Tem carnavalesco que não sabe nem fazer uma planta ou desenhar e depois ganha todos os créditos da vitória.

A saída do carnavalesco Paulo Barros da Tijuca para a Mocidade foi amigável?

O Paulo Barros saiu porque achou que tinha que sair. Não houve briga.

Quando Paulo foi para Viradouro após sua primeira passagem pela Tijuca, vocês o derrotaram duas vezes. Esse ano, há essa vontade novamente do criador vencer a criatura?

Isso é besteira. Eu quero derrotar a Mocidade, não o Paulo. Quero vencer a Portela, a Beija-Flor. O Paulo não é uma escola.

O senhor foi o único presidente contra o fim do quesito conjunto na Liesa. Sentiu-se isolado?

Alguns presidentes foram covardes e não ouviram os carnavalescos de suas escolas que eram contra essa decisão. Com o carnaval mais competitivo, você tem que aumentar os quesitos, não derrubar um. Eu sou a favor até da criação de mais dois quesitos.

Qual seriam esses dois?

É segredo. Isso deve ser discutido entre os presidentes.

Depois do carnaval, a Liesa vai eleger um novo presidente. O senhor será candidato?

Não tenho nenhuma pretensão de me candidatar. O Jorginho (Jorge Castanheira, atual presidente da Liesa) faz uma boa administração. É um pepino muito grande. Nós vamos dar todo o apoio para que tente um novo mandato.

Sobre futebol, o senhor foi candidato à presidência do Vasco em 1988 e perdeu, na ocasião, para a chapa Eurico e Calçada. Por que decidiu concorrer como vice?

Houve uma cobrança dos torcedores nas ruas. Para ajudar o Vasco, até seria candidato à presidência, mas depois pensei bastante. A Tijuca e meus negócios me tomam muito tempo e não tenho vaidade em assumir o comando do clube. Mas ainda vou ser presidente do Vasco.

O Eurico sabe dessa sua pretensão?

Sabe. Não tenho cara de vice, nem ele. Temos algumas divergências, mas estamos juntos. Não estou jogando bola nas costas do Eurico. Eu o ajudei a ganhar essa eleição. Tenho certeza de que muitas pessoas votaram nele por confiarem em mim.

O senhor votou alguma vez no Dinamite?

Eu nunca votei no Roberto e nunca confiei em sua administração. Esses últimos seis anos foram um caos danado principalmente financeiro.

Então, vamos falar sobre dinheiro. O Vasco deve mais de R$ 700 milhões. Ao mesmo tempo, sua administração na Tijuca é considerada uma das melhores do carnaval. O modelo Horta de gerenciamento chegará a São Januário?

Vai ter que ter uma gerência do estilo tijucano no Vasco. Temos que demonstrar confiança e honestidade com nossos parceiros. Vou chamar empresários para ajudar o clube. Na Tijuca, nós temos amigos que nos ajudam o ano inteiro. O que aconteceu no Vasco é uma má gestão. As pessoas não sabem lidar com dinheiro.

Fonte: Extra Online