A postura agressiva adotada pelo presidente do Vasco, Eurico Miranda, sobre a localização das torcidas nos futuros clássicos com o Fluminense no Maracanã provocou profundo desconforto nas Laranjeiras. Diante de um rival com forte relação com a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), o presidente tricolor Peter Siemsen se vê pressionado a defender o interesse do clube.
Pelo contrato assinado junto à administradora do Maracanã em 2013, o Fluminense tem direito a ficar à direita das cabines de imprensa do estádio, local que era ocupado pela torcida do Vasco desde 1950. A Ferj, no entanto, tomou para si a responsabilidade, o que foi interpretado como uma vitória de Eurico, aliado do presidente da federação, Rubens Lopes.
A derrota na Ferj criou um problema inesperado no Fluminense. A polêmica havia sido vencida pelo Tricolor em 2013 e, desde então, permaneceu em fogo baixo. O retorno de Eurico à presidência do Vasco, no entanto, reacendeu a disputa e colocou Peter Siemsen em situação política delicada.
Grupos políticos de situação e oposição do clube já pressionam o mandatário do Fluminense a adotar uma postura tão agressiva quanto à do rival, mas com a garantia jurídica do contrato assinado com o consórcio que administra o Maracanã. O maior e mais influente deles, a Flusócio, viu o seu aliado Peter Siemsen como 'vítima', mas cobrou luta do presidente.
"Independente de gostarem do presidente Peter Siemsen ou não, ele está sendo vítima desta armação, assim como todos os tricolores. Lutemos juntos pelo nosso direito adquirido, firmado em contrato. Conclamamos a torcida do Fluminense a lutar até as últimas consequências, junto com a diretoria, contra esta tentativa de desmoralização do nosso clube", clamou o grupo em seu site oficial.
Por sua vez, o presidente do Fluminense já havia anunciado em coletiva de imprensa antes da decisão da Ferj que irá fazer valer seu contrato com o Maracanã se necessário. Peter rebateu a postura de Eurico e negou ter incluído a questão no acordo com o consórcio que administra o estádio somente como afronta ao Cruzmaltino.
"Não é um desrespeito a time nenhum, é meramente um trabalho. É um negócio e dentro do negócio estabelecemos parâmetros. Temos uma relação boa com o consórcio e estamos trabalhando juntos para que tudo melhore e que o torcedor tenha o melhor. Fluminense vai cumprir contrato e trabalhar na linha do que está estabelecido", disse Peter.
Uma eventual derrota na questão seria muito sentida por Peter Siemsen na política tricolor. A definição de um lugar fixo no Maracanã é vista como uma vitória da gestão do atual presidente e causaria um baque importante num momento complicado nas Laranjeiras graças à tensa negociação da manutenção da parceria com a Unimed Rio.
Fonte: UOL