No dia 8 de dezembro, segunda-feira, a barbárie de Joinville, como ficou conhecida a briga entre facções organizadas de Vasco e e Atlético-PR na última rodada do Brasileiro de 2013, vai completar um ano. Mas quem pode comemorar são os envolvidos na briga. O advogado de um dos acusados vai pedir ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina a revogação da pena de seu cliente, proibido de frequentar estádios de futebol no país. Se for autorizado, os acusados podem voltar a assistir a jogos no local em 2015. Uma decisão favorável abre jurisprudência para que outros tenham suas penas afrouxadas também. Na quarta-feira, a juíza Karen Francis Schubert Reimer, da 1ª Vara Criminal de Joinville, em Santa Catarina determinou que outro vascaíno envolvido na briga seja levado a júri popular. Leone Mendes da Silva é acusado de homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e sem chance defesa), roubo e dano ao patrimônio.
A medida vai ser pedida pelo advogado Rogério Rayol que defende Jonathan Fernandes dos Santos, torcedor do Vasco que aparece participando da briga em imagens de TV. Segundo Rayol, seu cliente se apresentou a delegacias no Rio em todas as partidas do Vasco (em 2014) e, como a medida é válida por um ano, ele vai pedir que ela não seja renovada. Se a juíza aceitar, Jonathan poderá voltar a frequentar estádios novamente.
— Vou pedir para que a medida seja revogada. Ele cumpriu com tudo. Hoje, ele tem uma filha e garante que não participa de mais nada ligado à Força Jovem Vasco. Aos jogos ele não vai. Todos os meses mando para a vara de Joinville um fax com os documentos dados pela delegacias de que ele esteve lá durante os jogos do Vasco. Ele ia todos a delegacia em todos os dias de jogos. Oo que dá cerca de duas vezes por semana — afirma Rayol.
O caso de Jonathan ainda não tem data para ser resolvido, mas deve demorar. O advogado alega que ele não teve a intenção de matar e deve ser acusado apenas de lesão corporal. Para isso, pediu uma pericia das imagens que provariam que ele apenas se envolveu na briga.
— Pedi uma perícia das imagens e vai ficar provado que ele participou da briga, mas não como os outros. No caso dele, seria apenas lesão corporal — disse Rogério Rayol, advogado de Jonathan.
No entanto, essa não foi a primeira confusão em que o vascaíno se envolveu. Jonathan foi citado como um dos envolvidos na briga que resultou na morte do flamenguista Germano Soares, 44 anos, em 2007. Germano acabou morrendo no hospital depois de ser espancando por torcedores do Vasco durante uma briga na Praça Quinze. As facções organizadas Força Jovem Vasco e Torcida Jovem do Flamengo se enfrearam antes de um jogo de basquete entre os times no ginásio Caio Martins, em Niterói. A participação de Jonathan e alguns outros acusados não foi comprovada e o crime foi reduzido de homicídio para rixa de torcidas. Como demorou a ser julgado o crime prescreveu e todos os acusados foram inocentados.
No dia 25 de agosto de 2013, Jonathan aparece nas imagens de TV brigando com torcedores do Corinthians, durante o empate de 1 a 1 entre as equipes no Mané Garrincha, em Brasília. Segundo Rayol, não consta nenhum processo sobre a briga ou, pelo menos, Jonathan não foi intimado. Na ocasião, Vasco e Corinthians foram punidos pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) a perder mando de campo por quatro partidas.
Fonte: O Globo Online
