A paz que aparenta rondar o Vasco após a volta para a Série A e a troca de poder no clube é resultado de um pacto de não agressão. O presidente eleito Eurico Miranda e Roberto Dinamite, que deixará o cargo nos próximos dias, combinaram na primeira reunião de transição que não olhariam para trás para culpar um ao outro pela delicada situação financeira.
A primeira medida em tom de harmonia foi anunciar a demissão do diretor de futebol Rodrigo Caetano e do diretor-geral Cristiano Koehler. A confirmação das saídas dos executivos foi feita em uma mesa com o novo vice de futebol, José Luiz Moreira, o anterior, Ercolino de Luca, e o próprio Rodrigo Caetano.
— Minha saída não está associada a qualquer tipo de falta de afinidade, é uma questão de filosofia, uma questão orçamentaria — explicou o executivo, cumprindo o roteiro combinado.
O enxugamento dos departamentos é a primeira medida de Eurico Miranda. O novo presidente tomou conhecimento de que novas penhoras, inclusive das suas gestões anteriores, batem à porta, e montou uma operação para buscar recursos e tentar fechar o ano em dia.
Esse objetivo, já se sabe, não será alcançado. O salário de outubro ainda está em aberto e, se tudo caminhar no mesmo passo, os jogadores e funcionários ficarão sem receber os demais meses do ano da diretoria que sairá. Por isso há pressa em resolver a questão tributária e renovar com a Caixa Econômica. Novas visitas ao banco em Brasília estão agendadas.
Com a resposta positiva, o novo departamento de futebol vai intensificar o trabalho. Possivelmente, sem o técnico Joel Santana, sob as mesmas alegações financeiras. Gilson Kleina segue na mira. E Rodrigo Caetano pode ser substituído por Isaias Tinoco ou Paulo Angione, hoje no Fluminense.
Apesar de prometer um time forte, Eurico Miranda também foi informado que precisará vender jogadores até o início do ano. Outra alternativa é antecipar direitos de televisão. Como todo pacto de não agressão, a paz pode estar por um fio.
Fonte: Extra Online