Eurico Miranda: 'Esse processo de espanholização do futebol brasileiro tem de acabar'

Sexta-feira, 21/11/2014 - 08:29
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De volta à cena no futebol brasileiro depois de ter sido novamente eleito à presidência do Vasco, Eurico Miranda, 70, retorna disposto a devolver ao clube carioca o espaço que um dia já foi dele.

Para isso, pretende disputar com os demais clubes uma fatia maior dos recursos provenientes da TV. Os alvos principais são Flamengo e Corinthians, os maiores beneficiados do momento.

Os dois recebem R$ 120 milhões da TV Globo por ano; o Vasco, R$ 70 milhões.

"Esse processo de espanholização do futebol brasileiro tem de acabar. Eu não posso chegar e concordar que dois clubes tenham uma diferença astronômica dos outros. Só isso", disse, em referência à polarização entre Real Madrid e Barcelona no futebol espanhol.

Eurico, que assume a presidência do Vasco pelo triênio 2015-2017 em 1º de dezembro, foi formalizado no cargo a partir de uma reunião do Conselho Deliberativo do Vasco na noite desta quarta (19), no bairro da Lagoa, no Rio, depois de ter vencido uma eleição disputada com outros dois candidatos. Ele já presidiu o Vasco no período entre 2001 e 2008.

Eurico afirma que os repasses de verba da Globo para o Vasco estão defasados e que o clube oferece uma visibilidade superior, minimizada no atual acordo. Ele questiona ainda as pesquisas e o apontamento do sistema pay-per-view, que não reproduziriam com fidelidade o interesse e a presença da torcida cruz-maltina.

"Sei a força do Vasco e tenho argumentos para discutir. O que não pode é querer empurrar goela abaixo para mim que o Vasco é a quinta, sexta torcida. Isso não vão empurrar nunca, não há hipótese", afirma o eleito.

Segundo pesquisa Datafolha, de agosto deste ano, o vasco é a quinta maior torcida do país, atrás de Flamengo, Corinthians, São Paulo e Palmeiras, nesta ordem.

Com 62 pontos, o Vasco está em terceiro lugar na Série B. Os quatro primeiros são promovidos à elite. Basta ao Vasco um empate no sábado (22), contra o Icasa, no Maracanã, para assegurar a vaga.

Fonte: Folha de S. Paulo