A campanha feita pelo marketing do Vasco para lotar o Maracanã funcionou em campo, com vitória sobre o ABC, no público, com quatro vezes mais pagantes do que a média na segunda divisão, e financeiramente. Num jogo só, o Vasco teve quase a mesma receita líquida que havia acumulado em toda a Série B – foram R$ 366 mil de lucro contra saldo de R$ 403 mil das 16 partidas anteriores como mandante.
Por iniciativa do marketing vascaíno, foram feitas carta aberta do clube convocando a torcida, marca para campanha, vídeos para redes sociais (com foco em Whatsapp), promoção de ingressos, sorteio de camisas em programas esportivos de rádios, contato com blogs e vascaínos influentes nas redes sociais para compartilhamento de imagens, entrevistas de ex-jogadores para falar de jogos marcantes no Maracanã, SMS e e-mail marketing para toda a base de torcedores cadastrados e interação com atletas para que eles promovessem a campanha em redes sociais (exemplo bem sucedido: Juninho Pernambucano). Este pacotão de pequenas ações facilitou o resultado financeiro da partida.
Os números do Maracanã aliviam uma temporada bastante ruim para o Vasco em termos de público e bilheterias. O fato de ter jogado com portões fechados nos três primeiros jogos da Série B, em São Januário, atrapalhou, mas o quadro é mais grave. Oito das 16 partidas anteriores na segunda divisão terminaram com prejuízo. Por isso o saldo desses confrontos é de só R$ 403 mil. Para um clube asfixiado financeiramente, dependente de receitas extraordinárias – luvas de novos contratos e transferências de atletas – para sobreviver, ter uma renda tão baixa com bilheterias é um desperdício fatal.
Uma solução para o Vasco seria tratar um acordo com o consórcio que administra o Maracanã, como fizeram Flamengo, Fluminense e Botafogo. Ainda que tenha de se comprometer a jogar no estádio certo número de vezes na temporada, e em função disso se distanciar de São Januário, o clube reduziria o aluguel. Por este jogo com o ABC, o Vasco pagou R$ 308 mil ao consórcio, valor muito próximo do que ele próprio teve de lucro. Borderôs mostram que a proporção dos adversários é diferente – eles pagam menos aluguel ao Maracanã e, portanto, lucram mais, justamente porque negociaram condições melhores.
Fonte: Blog Dinheiro em Campo - GloboEsporte.com