Às vésperas da tumultuada eleição do Vasco, um grupo de oposição se articula para dar um golpe que pode adiar novamente o pleito cruzmaltino. Depois do episódio conhecido como "mensalão", onde sócios foram supostamente financiados por candidatos à presidência, surge agora uma denúncia nomeada pelos próprios de "Peraltão", em alusão ao 1º vice-presidente do clube, Antônio Peralta.
De acordo com o ex-vice de marketing José Henrique Coelho e o conselheiro João de Almeida, o dirigente facilitou o recadastramento de cerca de 700 pessoas que não estavam na lista de votantes enviada à Justiça. Caso se comprove a fraude, o advogado Laerte Vieira entrará com um processo no intuito de impedir a realização da eleição dia 11 de novembro.
Tal grupo já tem em mãos a lista dos cerca de sete mil recadastrados e fará uma análise nesta terça-feira para constatar se há ou não irregularidades.
Procurado pelo UOL Esporte, Peralta se defendeu das acusações e negou que tenha participado de uma possível fraude no processo de recadastramento vascaíno.
"Não tenho nada a ver com isso. Não faço parte da comissão de recadastramento. Quando surgiu essa história de recadastramento, eu estava ausente. Foi uma decisão do presidente, eu tomei conhecimento do recadastramento e, simplesmente, não quis fazer parte desta comissão. Preferi ficar neutro. Até para as pessoas não ficarem induzindo que eu estava favorecendo A ou B", declarou o cartola.
Antônio Peralta foi além e garantiu que não há como ocorrer irregularidade neste processo.
"A base de dados é da empresa Microtag, que é lá de São Paulo. O sistema não aceita violação. O principal é buscar a paz no Vasco. A crise no clube é grave. Muito séria. E essa brigalhada toda, essas desavenças, só afastam mais ainda as parcerias que o clube ainda tem", avaliou.
Acusado pelos oposicionistas de estar aliado ao candidato Eurico Miranda, Peralta garantiu que não tem vontade de permanecer no clube independentemente do vitorioso na eleição.
"Eu não tenho interesse nenhum em continuar no Vasco. Meu interesse é ver a instituição retomar a sua normalidade, porque senão, não sei o que vai ser do Vasco. Não vejo esse pessoal querer ajudar o Vasco", disse.
O grupo que articula a possível ação apoia o candidato Julio Brant, mas sua chapa "Sempre Vasco" nega que esteja diretamente envolvida neste caso.
O clima do pleito vascaíno é cada vez mais tenso e, nesta segunda, cerca de 150 membros de uma organizada do clube se envolveram em uma briga generalizada no bairro da Tijuca, onde acontecia uma convenção de Eurico. Facadas e tiros foram efetuados, e a polícia militar prendeu sete pessoas.
Fonte: UOL