Se você gosta de jogadas plásticas no futebol, deve estar se perguntando por onde anda o volante Sandro Silva, sensação no Palmeiras entre 2008 e 2009 com seus chapeuzinhos nos adversários. Atualmente, o atleta está encostado no Vasco, na Série B, treinando separado enquanto espera algum clube interessado em seu futebol.
E esse time por muito pouco não foi o próprio Palmeiras, que, segundo o jogador, quase o trouxe de volta durante a transição entre os técnicos Ricardo Gareca e Dorival Júnior.
"Houve interesse, mas, infelizmente, não foi concretizado. Ficaria muito feliz em voltar ao Palmeiras, que é um clube que tenho o maior carinho, joguei dois anos lá. Está numa situação difícil, mas continuo torcendo muito pela equipe", contou o meio-campista, em entrevista à Rádio ESPN.
O carinho pela equipe do Palestra Itália é evidente nas respostas de Sandro Silva. Ele se lembra até hoje, por exemplo, da primeira vez que entrou no vestiário da Academia de Futebol e encontrou vários de seus ídolos.
"No dia em que eu cheguei no CT da Barra Funda, foi um sonho. Cheguei no vestiário e tinha Denílson, Marcos e Roque Júnior! Fui super bem tratado por todos. Esse dia eu guardo na memoria. É o sonho de todo jogador estar numa equipe como o 'Verdão'", comentou.
Para aliviar a tristeza de estar afastado no Vasco, após seu empréstimo para o Boa Esporte não ser concretizado, o volante treina boxe: "Alivio a mente e tiro o stress do dia a dia", relata. Ele também corre na praia e na academia para manter a forma.
"Sigo treinando separado no Vasco, mas tenho esperança que as coisas possam melhorar. Nunca tinha passado por isso na carreira e não desejo isso pra nenhum atleta. Tem que ter paciência...", resumiu Sandro Silva.
Além dele, o lateral Nei e o goleiro Michel Alves estão nesta situação em São Januário, após serem afastados pelo ex-técnico Adilson Batista.
"Eu vou no meu bairro, onde fui criado aqui no Rio, e todo mundo me pergunta por que eu não estou jogando. Minha rotina é treino de segunda a sexta, sem responsabilidade de concentrar e jogar. Procuro estar sempre distraindo a mente para não ficar pensativo. É uma rotina complicada, sinto falta da adrenalina, de disputar campeonatos", lamentou.
Seu contrato com a equipe cruzmaltina vai até fevereiro de 2016. Até lá, ele espera que o técnico Joel Santana possa lhe dar uma nova chance: "Ainda tenho esperança de ser reintegrado até o final do ano", assegurou o volante.
Trauma de macarrão
Revelado pelo América-RJ, Sandro Silva passou por muitas outras grande equipes além de Palmeiras e Vasco, como Botafogo, Internacional e Cruzeiro, além de ter jogado no Málaga, da Espanha. Quando atuou no Remo, em 2007, no entanto, viveu uma situação cômica que não esquece até hoje, já que o deixou um tanto traumatizado.
"O clube não tinha uma situação financeira boa. Estávamos com dificuldade para fazer as refeições, e um dia a 'tia' falou: 'Hoje na hora do almoço vou fazer um macarrão com carne moída 'fera'!'. Comemos e ela disse que à noite o rango ia ser diferenciado, especial. De noite, ela trouxe macarrão com almôndega. 'Uai, tia, mas o rango não era diferenciado?', eu perguntei, e ela: 'De dia, foi macarrão com carne moída, agora é com almôndega. É diferente, não é?' (risos)", sorriu.
O elenco passou tantos dias seguidos comendo macarrão com carne moída e almôndega que até hoje o volante fica meio enjoado na frente de um prato de massa: "Macarrão eu até como, mas agora tem que ser diferente. Se tiver carne moída ou almôndega, pulo fora (risos)!".
Sua passagem pelo futebol espanhol também rendeu uma resenha curiosa. Aconteceu em um dia que Sandro Silva resolveu lavar seu carro, e por pouco não causou o caos na tranquila cidade de Málaga.
"Na Espanha, o lava a jato você mesmo lava, é só colocar a moeda na pistola de água e lavar. Num domingo, eu estava à toa, olhei um cara fazendo e pensei: 'Vou fazer a mesma coisa'. Tirei a mangueira, coloqueir em cima do meu carro, inseri a moeda e apertei o start, daí o negócio começou a funcionar sozinho. Nego véio, ela começou a rodar, bateu no carro, bateu em mim. Não sabia o que fazer!", lembrou, às gargalhadas.
"Saí correndo agoniado, deixei o negócio sozinho, desesperado. Aí veio uma senhorinha, apertou o stop e negócio parou. Era tão simples e eu não sabia (risos). Fiquei morrendo de vergonha. Daí eu meti o pé e pensei: 'Aqui eu não volto nunca mais', deixei o carro sujo mesmo (risos). Depois que eu consegui dominar o idioma, voltei lá outra vez e deu tudo certo, lavei meu carro direitinho e tirei onda. Fui embora para casa com o carro limpinho".
Fonte: ESPN.com.br