Aprovação das contas AS MASCÁRAS VÃO CAINDO
O conselheiro que entrava no auditório da Sede Náutica da Lagoa, para a sessão do Conselho Deliberativo do Club de Regatas Vasco da Gama, realizada hoje (30/10), estranhava três coisas: o baixo número de conselheiros presentes; o animado bate papo que reunia em uma rodinha Peralta, Dinamite, Eurico Miranda e Jayme Lisboa; e a completa ausência do grupo Cruzada Vascaína. Completa não. Um conselheiro deste grupo, apenas um, estava presente, o que integra o Conselho Fiscal e que, portanto, não podia mesmo faltar, pois o que estava em pauta era justamente a discussão sobre as contas de 2012.
Começada a sessão com ponto único, conduzida pelo presidente em exercício do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, iniciam-se os debates que, resumidamente, reuniram de um lado o Conselho Fiscal, Eurico e Dinamite, a favor da aprovação das contas com ressalvas e do outro o grupo Identidade Vasco, liderado por Roberto Monteiro, contra a aprovação das contas.
Estavam entusiasmados os defensores da aprovação. Tanto que o Conselheiro Amarelo, membro do Conselho Fiscal, declarou na tribuna que “esta é uma noite feliz para o Vasco da Gama”. Eurico Miranda, bem ao seu estilo, vociferou que votava pela aprovação das contas “pelo bem do Vasco” e finalizou: “encaminho pela aprovação das contas, se necessário até, sem ressalvas”. Dinamite, como sempre, sorria, satisfeito com tantos apoiadores “inesperados”.
O conselheiro Jorge Morais, membro do Identidade Vasco, trouxe lucidez ao debate. Lembrou aos presentes que a aprovação das contas, “é também a aprovação de uma forma de gestão da atual diretoria”. Jorge argumentou que estas são ainda as contas de 2012 e que “o mesmo Conselho Fiscal que constatou mais de três milhões de reais que saíram dos cofres do Clube sem qualquer comprovação agora diz, sem maiores explicações, que a notas fiscais apareceram quase dois anos depois”. Enquanto Jorge Morais falava o silêncio – um silêncio constrangido – dominava a sala. Jorge criticou o fato de que o relatório da auditoria da KPMG sobre o contrato com a Penalty tenha sido entregue apenas às 17 horas do dia da reunião. “Como é possível, declarou o Conselheiro da Identidade Vasco, que em poucas horas o Conselho Fiscal tenha analisado e tirado conclusões de um documento tão complexo?” Jorge ressaltou que a própria auditoria revela que o Vasco, por omissão, deixou de receber mais de dois milhões e quinhentos mil reais devidos pela Penalty. “Como podemos aprovar as contas depois desta constatação?”. Jorge rebateu o único Conselheiro da Cruzada Amarela presente, dizendo que não via motivos para considerar que esta era uma noite de alegria para o Vasco e lembrou que a Federação de Futebol do Rio de Janeiro tinha soltado uma nota onde afirmava que o Vasco tinha ido à FERJ mendigar R$ 190 mil. “Como podemos, através da aprovação das contas, aprovar uma gestão que leva o Vasco a passar tamanha vergonha?”. Neste ponto Jorge foi muito aplaudido. Aliás, o único orador aplaudido nesta noite melancólica. Mas os mesmos que aplaudiram foram os que, pouco depois, em sua grande maioria, cederam aos acordos políticos e votaram a favor da aprovação. Os membros do Identidade Vasco votaram contra e fizeram questão de registrar seus votos em ata.
Desta noite ficam algumas constatações. A diretoria Dinamite está dividida diante da disputa eleitoral. Dinamite, Olavo e outros apoiam, aberta ou veladamente, a chapa amarela, no que já é conhecida como chapa Suco Tropical (laranja com banana). A ausência da Cruzada é prova insofismável disto. Afinal, votar contra ou a favor, é questão de opinião e todas são legítimas. Mas a ausência não, a ausência é covardia. Sempre tão eloquentes quanto aos “compromissos” dos conselheiros com os sócios, os amarelos fizeram claramente um acordo: não podem votar abertamente a favor das contas, pois já estão fragilizados por terem sido responsáveis pela desastrosa prorrogação do mandato do Dinamite e aí faltam com seu dever de conselheiros para, com a ausência, ajudar, na prática, a aprovação das contas, conduta esta que tem nome e sobrenome: oportunismo rasteiro.
Já Peralta e outros apoiam Eurico e este, em troca da ata com a data das eleições e de outros favores mais, torna-se, de repente, defensor entusiasta da aprovação das contas.
Neste baile de máscaras o grupo Identidade Vasco recusou-se a entrar.
Defendendo com coerência seu ponto de vista votou contra a aprovação.
Faremos, depois da vitória no dia 11 de novembro, uma ampla auditoria para que todos os que malversaram dinheiro do Vasco paguem na justiça. E neste dia não adiantará se esconder atrás de máscaras que, de tão gastas, já relevam as faces de quem as usa.
IDENTIDADE VASCO – ROBERTO MONTEIRO PRESIDENTE – 30/10/2014
Fonte: Facebook Identidade Vasco