CINGAPURA - Toda a avaliação sobre a goleada da seleção brasileira sobre o Japão por 4 a 0 deve levar em conta a debilidade do rival: os japoneses não se fecharam na defesa, não foram fortes na marcação e tampouco foram criativos com a bola. No entanto, diante dos espaços e das facilidades oferecidas, há quem consiga ou não aproveitar. E um Brasil que nitidamente prefere esperar o rival, roubar a bola e contra-atacar, aproveitando a qualidade técnica de seus jogadores mais ofensivos, encontrou a ocasião sob medida para golear e produzir lances bonitos. Em especial, graças a Neymar, princípio meio e fim das jogadas mais perigosas da seleção na manhã desta terça-feira (horário de Brasília), em Cingapura. Foram dele os quatro gols.
Havia a expectativa em torno de uma possível dificuldade da seleção brasileira diante de um adversário que não se expusesse tanto, não propusesse tanto o jogo quanto os argentinos, por exemplo. Sob esse aspecto, o Japão não testou o time de Dunga. Afinal, jamais foi verdadeiramente combativo. Mas o Brasil teve méritos. Manteve sua organização e foi sempre vertical na hora de atacar. E viu Neymar absolutamente à vontade no papel de líder técnico da equipe.
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O atacante produziu jogadas de todas as formas. Primeiro, de falta. Quando o Brasil ainda tentava se acomodar no campo e não criava tanto, Neymar acertou a trave em cobrança de falta, aos 16 minutos. Até que surgiu o gol, fruto do bom entendimento que vem tendo com Diego Tardelli. Num passe do jogador do Atlético-MG, Neymar arrancou para driblar o goleiro e empurrar para o gol. A rigor, não foi um primeiro tempo brilhante da seleção. Dali até o intervalo, o time ameaçou pouco. Claro, quando o fez, foi com Neymar, em chute que passou rente à trave. Ao Japão, coube um chute perigoso de Kobayashi e uma cabeçada de Okazaki.
SELEÇÃO MELHORA NOS 45 MINUTOS FINAIS
Era justo esperar mais do Brasil. E o segundo tempo correspondeu. Verdade que houve ainda mais espaço, mas as entradas de Éverton Ribeiro e Philippe Coutinho nos lugares de Willian e Oscar melhoraram o passe, a organização de jogo. Dunga também testou Mário Fernandes na vaga de Danilo. Eram dois minutos quando Philippe Coutinho pegou na bola pela primeira vez. O passe para Neymar foi preciso e o craque do Barcelona fez o segundo.
O dono do jogo finalizava, mas também criava. Aos 13 minutos, quase marcou em jogada de Éverton Ribeiro, mas aos 16 serviu Coutinho, que passou perto de ampliar num chute de curva. Aos 20, o passe foi para Robinho, que também falhou ao tentar acertar o gol. Ou seja, era preciso que Neymar fosse o destino final das jogadas. Dunga já surpreendera ao lançar Kaká e Robinho: tirou Diego Tardelli e Elias, deixando a seleção com um quinteto ofensivo. Em campo, estavam juntos Kaká, Éverton Ribeiro, Philippe Coutinho, Neymar e Robinho. Para loucura dos atordoados japoneses que, a bem da verdade, haviam chutado uma bola na trave com Okazaki.
A goleada se desenhava. Aos 31, Neymar tentou lançar, mas Kaká cabeceou na trave. Então, na sequência do lance, o astro do Barcelona foi para a posição de centroavante. Aproveitou o rebote do chute de Coutinho e fez o terceiro gol. Fecharia a conta aos 35, ao aproveitar cruzamento preciso de Kaká.
BRASIL 4 X 0 JAPÃO
Local: Estádio Nacional de Cingapura
Gols: Neymar, aos 18 minutos do 1º tempo e aos 3, 32 e 36 minutos do 2º tempo
BRASIL: Jefferson, Danilo (Mário Fernandes), Miranda, Gil e Filipe Luis; Luiz Gustavo (Souza), Elias (Kaká), Willian (Everton Ribeiro) e Oscar (Phillipe Coutinho); Diego Tardelli (Robinho) e Neymar. Técnico: Dunga.
JAPÃO: Kawashima, Sakai, Shiotani, Kosuki Ota e Morishige; Morioka (Honda), Shibasaki (Suzuki), Junya Tanaka (Hosogai) e Taguchi; Okazaki e Kobayashi (Muto). Técnico: Javier Aguirre.
Fonte: O Globo Online