No fim da bonita apresentação dos novos uniformes do Vasco, a cerimonialista pega o microfone e se direciona ao presidente Roberto Dinamite.
- Presidente, com uma camisa tão bonita, tem que renovar depois esse contrato para mais três anos e meio, né, presidente?
- Com certeza - responde, sorrindo, o presidente do Vasco.
Com mandato encerrado em agosto, Dinamite permanece presidente do Vasco graças a uma liminar judicial que ainda não teve nova decisão do desembargador Camilo Rulière no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. A pequena gafe foi apenas um detalhe numa noite que teve clima de despedida do ex-jogador, que vive seus últimos momentos com desgaste na idolatria e com a preocupação de uma outra eleição que se aproxima.
No domingo, Dinamite tenta mais um mandato para deputado estadual. Quem passava em frente à sede náutica da Lagoa, na Avenida Borges de Medeiros, podia confundir a sede vascaína com um comitê de campanha do presidente vascaíno. Bandeiras e cartazes de um candidato a governador ao lado de Dinamite - os dois políticos são do mesmo partido - e também de uma candidata a deputada estadual. Em dobradinhas, havia também material de campanha e adesivos, mais discretamente, em algumas mesas e no peito de alguns convidados.
Na porta, seguranças controlavam a entrada na sede vascaína. Poucos conselheiros foram convidados e muitos vice-presidentes deixaram de lado a festa de lançamento da camisa do Vasco - como o vice-médico Manoel Moutinho, que já declarou apoio a Eurico Miranda, embora Manoel Barbosa, também apoiador do ex-presidente, tenha comparecido ao evento na Lagoa.
Com papel, envelope e caneta em mãos, o vice-presidente do departamento social, Faues Cherene Jassus, ia atrás de vice-presidentes e conselheiros para colher assinaturas. O motivo: a punição a Eurico Miranda do quadro social, o que inviabilizaria sua candidatura a presidente do Vasco. O pedido lembra a ação de regresso que o Vasco move contra o ex-presidente, com a cobrança de R$ 1,3 milhão no caso em que o então vice de futebol do clube ofendeu desembargadores que mandaram para a prisão o ex-jogador Edmundo. Não é a primeira tentativa de levar Eurico em votação do Conselho Deliberativo - uma outra lista com mais de 70 assinaturas nunca foi levada adiante. O novo documento quer exigir a convocação da reunião de conselheiros natos e eleitos para um prazo máximo de cinco dias.
Longe da polêmicas das eleições, uma outra cena causou constrangimento na entrada da sede náutica do clube. Um representante de um dos patrocinadores de guaraná que anuncia na camisa do Vasco chegou com dois convidados, mas não pode entrar na festa. Chateado, ele ligou para reclamar com o ex-presidente Antônio Soares Calçada, que o convidou para a festa. Com mais de 90 anos, o presidente de honra vascaíno não foi ao evento.
Dos ídolos recentes, apenas o diretor das categorias de base do clube Mauro Galvão e o preparador de goleiros Carlos Germano compareceram à festa. O clube também convidou outros ex-craques, como Edmundo, que apoia Julio Brant na eleição presidencial vascaína de 11 de novembro, Pedrinho, Felipe e Juninho, mas os ídolos não puderam comparecer à festa.
Fonte: GloboEsporte.com