Confira análise tática de Vasco 2 x 1 Náutico

Domingo, 21/09/2014 - 01:11
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Adílson Batista não salvou o Vasco em 2013, mas seu trabalho deu frutos em 2014. Após testar o 4-3-3 e o 4-3-1-2 com a chegada de Douglas, o treinador achou Éverton Costa como válvula pela direita e Reginaldo voltando para poupar Douglas, centralizado no 4-2-3-1. O time mantinha a posse, sabia avançar os laterais André Rocha e Marlon e ganhava qualidade na saída e infiltração com Pedro Ken.



Time que poderia ter ido além, se não fosse o impedimento não marcado de Márcio Araújo tirou, no último lance do jogo. Já diziam que, quando a fase é ruim, a sorte não ajuda.

Adílson passou a ser (injustamente) perseguido pela torcida por tentar remontar um time em cacos, sem Éverton e com vários jogadores chegando. O 4-3-1-2 retornou com Fabrício, mas a lentidão do meio-campo, que não aprofundava e dependia muito de Douglas para criar, acumulou empates em maio.

A série de 4 vitórias após a Copa, já num 4-2-3-1, não deu tranquilidade e o time voltou a empatar muito. Apesar de consistente na defesa, a lentidão do meio fazia o time criar poucas chances. Segurando o resultado, vinha a igualdade que ficou tão marcante com Adílson, que não resistiu os 5x0 do Avaí.

O vexame vai além da tática e dos "3 volantes" que o torcedor costumou a apontar como problema.

Para um time abalado emocionalmente e precisando de 3 pontos e nada mais, Joel Santana. O agora garoto propaganda fez o que dele se espera: montou um 4-3-1-2 para marcar no primeiro tempo e soltar no segundo com algum "filho do papai", talvez Thalles ou Edmílson, que até bolo de aniversário ganhou.

Contra o Oeste, o time foi dominado no primeiro tempo sem conseguir fazer a transição defesa-ataque. Guiñazu, Fabrício e Aranda ficavam muito próximos da defesa, fazendo com que Douglas e Maxi se desdobrassem para buscar a bola. O adversário rapidamente se fechava e o camisa 10 lutava sozinho para transpor as linhas, criando um enorme espaço entre os setores e apenas 3 jogadores contra 8 do Oeste.



Se tinha a bola, a solução era soltá-la o mais rápido para o lateral ou esperar Douglas e Kléber. Faltou organização ofensiva para a execução do losango, que também não funcionou contra o Náutico, apesar de Joel deixá-lo menos “duro” com Maxi na esquerda e Thales e Kléber no ataque.



O time apresentou os mesmos problemas: distância entre os setores, falta de jogadores que deixa o posicionamento inicial para criar as movimentações de ataque e insistência nos cruzamentos – isso não é problema se fosse algo treinado. Mas observe o frame para ver como não é.



Mesmo superior no primeiro tempo, com a ligação Maxi-Lorran funcionando razoavelmente bem, o Vasco sofreu contra o 4-1-4-1 de Dado Cavancalti e levou um gol de pênalti logo no início da segunda etapa.

Assim como no jogo anterior, Joel tentou melhorar a qualidade na construção de jogadas com Dakson e mais e mais cruzamentos. Empatou contra o Oeste e virou contra o Náutico em típicas jogadas individuais, mas segue faltando organização ofensiva.



Joel Santana foi contratado para o Vasco subir, com ou sem título. Mesmo com a virada em cima do Náutico, segue faltando padrão ofensivo para o Vasco – coisa que existia nos tempos de Adílson. A caminhada para subir pode ser muito mais difícil do que se imaginava - e as expectativas eram baixas.

Fonte: Blog Painel Tático - GloboEsporte.com