Joel Santana enfrenta Dado Cavalcanti, 33 anos mais jovem, neste sábado

Sábado, 20/09/2014 - 12:32
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A cena clássica de dois treinadores na beira do campo se cumprimentando cordialmente será simbólica neste Vasco e Náutico desta tarde em São Januário. De um lado, um velho conhecido do futebol brasileiro, Joel Santana, que nos últimos tempos longe do futebol fez sucesso em comerciais de shampoo e cursos de inglês. No outro canto, no banco de reservas, Dado Cavalcanti. Se não é um garoto-propaganda, é quase um menino perto de Joel. São 33 anos de diferença entre o treinador mais novo da Série B - Dado tem 32 anos - e o terceiro mais velho da Segundona - Geninho, do Avaí, e Givanildo, recém-contratado pelo América-MG, têm 66 anos.

Mesmo antes de fazer sucesso na TV e na internet como estrela de comerciais, Joel não escondia que vivia seus últimos momentos da carreira. Dado nasceu em Arcoverde, interior de Pernambuco, em 9 de julho de 1981, quando o técnico do Vasco já se preparava para dar seus primeiros passos como treinador nas categorias de base do clube de São Januário. De lá, Joel desbravaria pelo Mundo Arábe até retornar ao Vasco e trilhar uma carreira de sucesso, principalmente, no futebol carioca.

De estilo boleiro e com trejeitos engraçados, Joel faz o tipo paternalista com os jogadores, embora saiba cobrar e ser mais ríspido no vestiário, segundo relato de ex-atletas. Mas a marca de Joel é dar mais carinho e até escolher um xodó nas equipes que treina.

- Papai pode ir papar? - brincou Joel, em uma das primeiras entrevistas coletivas nessa sua volta ao Vasco, mostrando que adotou o apelido de "paizão".

Luis Eduardo Barros Cavalcanti, o Dado, é mais novo, por exemplo, que dois jogadores do time de Joel: Guiñazu, de 36, e Rodrigo, que acabou de completar 34. Aos 17, depois de ser dispensado nas categorias de base do Santa Cruz, tentou a sorte no Timbu, então dirigido por Muricy Ramalho. Encostado, terminou por iniciar um estágio no time de juniores. Quando se formou em Educação Física na Universidade de Pernambuco, em meados dos anos 2000, Joel já havia conquistado os principais títulos da carreira, como o Brasileiro e a Copa Mercosul de 2000 pelo time de São Januário.

Apesar da diferença de idade, Dado é adepto também da prancheta, antiga companheira de trabalho de Joel. Mas o "garoto" também armazena informações e estuda adversários num tablet. Ao contrário de Papai Joel, Dado é mais polido e sério em coletivas de imprensa. Nos treinos, participa pouco, mas guarda a garganta para cobrar e gritar parando bastante as jogadas e explicando o que pretende da equipe.

Antes da partida, Joel e Dado mostraram muito respeito e tentaram esconder um pouco as peças com as quais pretendem surpreender na partida desta tarde em São Januário.

- O técnico deles é um garoto muito estudioso, temos que ver com calma o que fazer. Vou ouvir meus auxiliares, pensar na parte física e escolher a melhor equipe - disse Joel.

Com 10 clubes em poucos anos de trajetória no futebol, Dado tirou o Náutico de situação incômoda. Em apenas oito jogos, saiu da 14ª colocação para o oitavo lugar, a seis pontos do G-4 - é justamente o Vasco o quarto colocado.

- O Vasco mudou muito. Antes, foi com dois homens na referência e só um homem armando. Hoje, eles têm cinco jogadores no meio-campo, mas tinha uma chegada muito boa com os laterais. Joel fez o meio-campo deles ter mais consistência, um setor que marca e que joga. (...) É um treinador tarimbado, rodado e que tem história no futebol. O respeito por seu currículo, assim como Givanildo Oliveira (atualmente no América-MG), que é outro treinador com quem eu aprendi muito, assim como Joel - afirmou o técnico do Náutico.

Fonte: GloboEsporte.com