Uma das maiores discussões do mundo do futebol hoje em dia é sobre a adoção ou não de recursos tecnológicos nas partidas. Na Copa do Mundo do Brasil, a Fifa deu um importante passo nesse sentido e começou a testar a bola com um chip, que permite avisar se foi gol ou não, por exemplo. Nesta segunda-feira, o presidente da entidade máxima do esporte, Joseph Blatter, falou mais sobre novas medidas que podem ser implementadas nas competições para auxiliar árbitros a tomar decisões mais seguras e também para dar argumentos a jogadores e técnicos que questionem alguma atitude do juiz. Em entrevista por vídeo a uma conferência da Soccerex, na cidade de Manchester, na Inglaterra, o dirigente usou o exemplo do tênis para explicar melhor sua ideia (assista ao vídeo).
- Serve para impugnar uma decisão de árbitros, mas apenas quando o jogo está parado. Então deve existir um monitor, um monitor de televisão, mas pela empresa de televisão e não por outro árbitro. Em seguida, o árbitro e o treinador vão olhar e, assim, o árbitro pode mudar de ideia, como é o caso do tênis, por exemplo - explicou Blatter.
Presente no estúdio para a edição da tarde do "SporTV News", o jornalista Carlos Eduardo Lino comentou a respeito da ideia exposta por Blatter, que ainda falou no evento sobre sua decisão de buscar o quinto mandato seguido à frente da Fifa. Para Lino, mais uma adoção da tecnologia no futebol pode ser uma boa ideia, caso seja feita com tecnologia e fontes corretas.
- Pode funcionar desde que seja feito com a tecnologia adequada e com a fonte correta. Não sei se é a emissora que transmite o jogo naquele momento é que vai ser a fonte para a arbitragem. A não ser que ela esteja conectada a um sistema de arbitragem, monitorado pelos próprios árbitros, que eles possam, de alguma forma, ter uma opinião segura. A segurança das decisões é o mais importante no futebol, não a tecnologia - comentou Lino.
A proposta de Joseph Blatter surge no dia seguinte a mais uma grande confusão envolvendo arbitragem no Campeonato Brasileiro. Na última rodada do primeiro turno, no empate sem gols entre Coritiba e Bahia, em Salvador, o árbitro Francisco Carlos Nascimento assinalou pênalti para a equipe alviverde, mas, após consultar o quarto árbitro, voltou atrás e marcou apenas falta para o Coxa. Apesar de acertar ao marcar falta, o ato de consultar um agente externo gerou discussões, inclusive, com suspeitas de que as imagens de televisão podem ter auxiliado na mudança de atitude.
Fonte: Sportv.com