Uma coincidência paira sobre o Vasco de Roberto Dinamite nos últimos cinco jogos. Desde que o presidente teve seu mandato encerrado e conseguiu a prorrogação até as eleições de novembro através de decisão da Justiça, o time interrompeu uma série positiva e não conseguiu mais vencer sequer uma partida. Foram três derrotas, incluindo a da noite de terça-feira contra o ABC, que eliminou o Vasco nas oitavas de final da Copa do Brasil, e mais dois empates. No último compromisso com o mandato em vigor, no dia 16 de agosto, o time ainda dirigido por Adilson Batista fez, talvez, sua melhor apresentação na Série B. Uma vitória por 2 a 0 sobre o líder Ceará fez a equipe se igualar ao quadro cearense na ponta da tabela em número de pontos. De lá para cá, a queda virou mais um combustível na turbulenta vida vascaína em ano eleitoral.
Nessa terça-feira, na parte da tarde, cerca de 50 pessoas foram até a porta do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e se manifestaram contra a prorrogação do mandato do atual presidente. Com faixas cobrando o desembargador Camilo Rulière, os manifestantes mandavam algumas mensagens escritas. “Dr. Camilo, vossa excelência vai coonestar a lide simulada, a fraude processual?” e “E aí, Dr. Camilo, vai ignorar a supressão de instância?” eram alguns dos recados que deviam chegar ao magistrado que está há duas semanas com o caso em mãos. Até o momento, mais de 10 petições foram adicionadas ao caso.
A má fase do time em campo também virou motivo para uma interminável guerra de notas oficiais contra a manutenção de Dinamite, por parte dos grupos de Eurico e Monteiro, ou para atacar o ex-presidente e candidato à sucessão no Vasco. A última foi divulgada pelo grupo de Monteiro pouco depois da derrota para o ABC, que eliminou o Vasco na Copa do Brasil.
“Até quando vamos assistir ao Vasco seguir ladeira abaixo? Depois da derrota humilhante para o Avaí, em São Januário, o time perdeu para o ABC (2 x 1) e foi eliminado da Copa do Brasil. Os dois resultados são fruto da mesma política desastrosa que impera em São Januário. Um clube sem rumo, sem perspectiva, sem comando. Não dá mais para sustentar essa situação de descalabro na direção do Vasco”, dizia um trecho da nota.
O time ainda não tem um novo técnico para seguir na temporada. Depois da desistência de Enderson Moreira, que deve ir para o Santos, as possibilidades são escassas no mercado. A diretoria se reúne nesta quarta-feira para tentar achar um nome de consenso e fazer a nova investida. Enquanto isso, o caldeirão segue a todo vapor.
Entenda o caso
Na madrugada do dia 13 de agosto, após reunião do Conselho Deliberativo, quatro nomes estavam indicados para assumir o Vasco em transição de diretoria até as eleições de 11 de novembro. Indicados pelos candidatos Eurico Miranda e Roberto Monteiro, que levaram a melhor ao conseguirem evitar a prorrogação do mandato de Roberto Dinamite e dos demais poderes por votação da maioria dos conselheiros, Eduardo Rebuzzi, Jorge Luiz Morais, Silvio Godói e Alcides Martins chegaram a se reunir no domingo, 17 de agosto, horas depois da liminar que a chapa concorrente “Sempre Vasco” conseguiu no plantão do judiciário. Desde então, o desembargador Camilo Rulière analisa a questão que pode encerrar a era Dinamite ou levar o atual presidente a ficar no cargo até o pleito do fim do ano. O mandato do atual presidente se encerrava no dia 18 de agosto. Até nova medida judicial, o clube segue com os atuais poderes até as eleições.
Fonte: GloboEsporte.com