Kléber chegou ao Vasco há pouco mais de dois meses. No curto período que está em São Januário, já vai para seu segundo julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva denunciado no artigo 254-A (agressão). A postura polêmica que carrega em campo desde os tempos de Palmeiras e Cruzeiro, porém, não condiz com seu comportamento no dia a dia do Cruzmaltino, é o que garantem funcionários do clube.
Se dentro das quatro linhas, vez por outra, é possível presenciá-lo trocando farpas verbais com os adversários, na rotina vascaína o que se vê é um Gladiador introvertido, mas sem que isto signifique arrogância, fazem questão de ressaltar.
"O Kléber é mais caladão, na dele, mas não é nem um pouco marrento. É sempre solícito e simpático quando abordado", disse um funcionário do clube.
O jeito sereno fora de campo já lhe rendeu até homenagens do Vasco. No dia 12 de agosto, o atacante completou 31 anos e ganhou um bolo de aniversário na concentração em Recife (PE), onde estava com seus companheiros se preparando para o duelo com o Náutico, pela Série B.
E, se por um lado, age como bom moço, já adota o papel de líder, tomando frente em situações de cobrança e saindo em defesa dos companheiros quando acha necessário, como aconteceu nesta terça-feira, no empate em 1 a 1 com o ABC, após ver o treinador Adilson Batista ser vaiado pela torcida.
Nos treinamentos e nas viagens, costuma ficar mais próximo do meia Douglas, seu velho conhecido dos tempos de Grêmio e de futebol paulista, quando se enfrentaram em algumas oportunidades.
Mesmo vigiado pelo STJD esta semana, fez questão de tirar a camisa após marcar seu gol contra o ABC, se direcionou para a torcida e fez o tradicional símbolo da principal organizada do Vasco. Como manda o regulamento sobre a questão do uniforme, a arbitragem o puniu com um cartão amarelo.
Um dos principais responsáveis por trazê-lo para São Januário em função de terem trabalhado juntos no Cruzeiro, Adilson Batista não o condenou pela atitude.
"Não foi por jogada desleal, mas por empolgação", disse, para depois defendê-lo sobre as denúncias do STJD:
"É um jogo dele, de contato. Ele já é visado, o adversário o conhece. Mas ele sabe usar o corpo, se proteger e tem feito grandes jogos".
Julgamento nesta sexta-feira
Kléber será julgado nesta sexta-feira, às 13h, no STJD pela polêmica com o zagueiro Gustavo Geladeira, do Vila Nova. Na ocasião, os dois jogadores discutiram e o Gladiador empurrou o rosto do adversário. Denunciado no artigo 254-A (agressão), ele pode ser suspenso de até 12 partidas.
Antes deste acontecimento, ele já havia sido punido por um lance parecido no jogo contra o Paraná, em São Januário. Naquela vez, o atacante colocou a mão no rosto do zagueiro Alisson com a bola rolando. Os advogados do Vasco, porém, conseguiram um efeito suspensivo e o Pleno do STJD ainda não marcou uma data para o julgamento do recurso.
Questionado sobre as recentes polêmicas, Kléber se defendeu e citou até mesmo o caso de Paolo Guerrero, do Corinthians, que foi expulso na última rodada da Série A do Campeonato Brasileiro após confusão com Alan Ruiz, do Grêmio.
"Tem que tomar cuidado, ser provocado e ficar quieto, porque qualquer coisa que se faça, você pode ser punido. Infelizmente, vi a situação do Guerrero. Piada o Guerrero ir para o STJD porque foi empurrado. E vai ser denunciado e pegar punição porque, infelizmente, acontece isso. São coisas do jogo, provocações de jogo. Nem sempre tem a necessidade de se punir. No futebol, cada um tem que defender o seu e é normal que, durante o jogo, tenha discussão, desentendimento mas, em nenhum momento, teve briga. Acho que tem que ter bom senso", disse o Gladiador à Rádio Tupi.
Fonte: UOL