Fabrício foi expulso de campo no fim da partida, quando o time precisava virar o jogo. Recordista de cartões amarelos em todas as Séries do Brasileiro - o Vasco levou mais cinco advertências no empate por 1 a 1 desta noite conta o ABC, pela Copa do Brasil - e em sequência ruim de três jogos sem vitória, o técnico Adilson Batista não quer desespero. Nem do time nem dos torcedores. O treinador pediu de volta a responsabilidade que Kleber tentou jogar para o peito dos jogadores e disse que ele assume os erros do time e o resultado desta noite dentro de São Januário.
- Sei que o Kleber tem essa característica de chamar a responsabilidade, mas eu entro em campo, sim. Eu jogo junto, trabalho, me dedico, concentro naquilo que faço e procuro mostrar para eles o que penso, o que enxergo. O clube é muito grande, tem muita pressão, precisamos passar por cima disso - disse o treinador.
Apesar do mau resultado em casa, o técnico parecia tranquilo e otimista em vencer o ABC em Natal, na Arena das Dunas. Ele lembrou a vitória por 2 a 1 na Série B, ressaltando, porém, as dificuldades naquela partida. Adilson também lembrou o desgaste da equipe com muitas viagens e jogos nas duas últimas semanas.
Confira abaixo a íntegra da coletiva de imprensa do treinador:
Análise do jogo
Temos mais 90 minutos na casa do adversário, e o Vasco tem a possibilidade de vencer lá ou empatar por dois gols. Pecamos no primeiro tempo, demos contra-ataques, e eles fizeram o gol. Estivemos abaixo, erramos muito, tivemos dificuldade e adiantamos demais a linha de três, sobrecarregando os outros. No segundo tempo, eu vi um time melhor distribuído, com um volume melhor, tentando jogadas e arriscando com três na frente. Trabalhamos bolas pelas laterais. No meu ponto de vista, fomos prejudicados (pela arbitragem), houve três situações de pênalti. O do Douglas foi claro, outro no Montoya. Inversão, escanteio, lateral. Isso acaba irritando. Não gosto muito de falar da arbitragem, mas é difícil, não sei se o nível é baixo, a qualidade, mas foi muito abaixo. Isso acaba prejudicando o desempenho do jogo. Fomos extremamente prejudicados hoje.
Poucas chances criadas
Teve chute do Kleber, outra oportunidade no fundo. Não caprichamos. O time deles estava alto. O Edmilson entrou faltando 15 minutos. O Kleber tentou ajudar o Douglas, mas o problema foi que erramos muitos passes. O volume foi bom, mas as oportunidades não foram claras, realmente. Às vezes, não é o excesso de atacantes que faz o time ofensivo, mas pela situação do adversário, foi importante ter três atacantes
Diego Renan, Dakson e Pedro Ken
Acho difícil ter o Diego Renan de volta para sábado. Temos treino amanhã, quinta e sexta. Vamos definir. Se não for ele, joga o Lorran, sem problema algum. Os outros dois ainda não trabalharam com o grupo depois das lesões. Amanhã temos trabalho no CFZ, um jogo treino contra o América. Vamos dar uma olhada em quem treinará. Vamos observar.
Aranda por Carlos César
Se vocês recordarem, já fiz isso em um jogo recente. Eu queria ofensividade. O Carlos Cesar pediu para sair, sentiu um desconforto, cansaço. Foi muito exigido no primeiro tempo e já havia sinalizado o cansaço. Pedi para ir ao limite. Queria colocar o Fabrício para chegar bem lá na frente, e ele chegou várias vezes. O Aranda ficava no meio e segurava. Não vi problema nenhum. Sobre a expulsão do Fabrício, não tinha necessidade de se exaltar. Mas eu vi, foi escanteio. E o assistente não viu. Nós ficamos chateados por isso.
Resultado ruim
O resultado foi ruim sim. É um jogo de 180 minutos, o Vasco tem potencial e credibilidade. Já mostramos isso lá (vitória por 2 a 1 na Série B). Mas há dificuldades, tanto para nós quanto para o adversário. Temos compromisso no sábado contra o Avai. Vamos tentar buscar a liderança, depois nós pensamos no jogo de volta com o ABC.
Resultado atrapalha
Nosso intuito era fazer um grande jogo, vencer e convencer. Viemos numa maratona, tivemos que fazer determinadas trocas para que o rendimento se mantenha. Vamos trabalhar para vencer o jogo de sábado.
Cartão amarelo do Kleber
Não foi por jogada desleal. Foi por empolgação. Ele não tem dado trabalho. É um jogo de contato, ele já conhece, e o adversário provoca. Mas ele não vai. Ele é caçado e visado, sabe usar o corpo, proteger. Tem feito grandes jogos e mostrado o reconhecimento do que o clube fez para buscá-lo.
Vaias
Eles têm todo direito de se manifestar. Nós respeitamos, entendemos, compreendemos. Temos que ter discernimento para crescer. Há 10 dias, eu só ouvia aplausos pelo o que o time fez contra o Ceará. Tivemos dificuldades depois, precisamos entender o porquê. Vamos mnelhorar, pode ter certeza disso.
Expectativa
A expectativa era de ter feito um resultado importante, que desse tranquilidade. Não foi possível. Agora temos que pensar no Avaí. Segunda começamos a pensar. Nós crescemos no segundo tempo, achei que iniciamos sonolento, mas tivemos dificuldades. O Vasco é grande, tem jogadores experientes, que sabem lidar com pressão e cobrança. Têm a consciência da importância de ir lá e vencer.
Manutenção de time?
Futebol é muito rendimento, não quero entrar em contradição, porque há um mês e meio, dois meses eu disse que não gostei do Dakson e Douglas juntos, mas depois gostei deles dois juntos. Futebol é assim, às vezes faz um grande jogo, mas tem outra competição em que o jogo é diferente, que o adversário induz ou você não está em tarde inspirada, se desgastou, enfim... Há fatores diversos. Mas são jogadores que têm talento, podem ter a sequência, mas que a gente precisa estar sempre atento e cobrando o rendimento.
Kleber disse que time assume o resultado
Eu entro em campo sim, eu jogo junto, trabalho, me dedico, eu concentro naquilo que faço, procuro mostrar para eles o que penso, o que enxergo. Eu valorizo, cobro, incentivo, agora a gente precisa entender a razão de algumas coisas. Não vou entrar no mérito do que ele disse. Ele trabalhou comigo no Cruzeiro, chama a responsabilidade mesmo. Acho que vem jogando bem, o torcedor tem direito e precisamos entender isso. O clube é muito grande, tem muita pressão, precisamos passar por cima disso.
Mudanças contra Avaí?
Não temos três, Montoya, Marlon e Guiñazu. Mas preciso pensar, preciso olhar dor, lesão, algumas dificuldades que a gente tem. Precisamos de observações para a volta de alguns, colocar o que temos de melhor, fazer bom jogo no sábado e vencer o Avaí.
Queda de rendimento
Há dois meses éramos o décimo do campeonato, hoje estamos em terceiro junto do primeiro colocado. Empatamos um compromisso que é possivel de reverter, mas viajamos muito em 13 dias. Tem que ter calma, às vezes trocar este ou aquele em função do desgaste. Não é para ter desespero. Nosso compromisso de sábado é importante. Vencendo vamos terminar o turno em primeiro, segundo ou terceiro. Estamos juntos no bolo.
Fonte: GloboEsporte.com
